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Especial: Thiago Heleno completa três anos da estreia pelo Furacão e relembra momentos marcantes
Assim como um bom mineiro, ele chegou quietinho ao Furacão. De poucas palavras, mas muito futebol, foi apresentado oficialmente no dia 6 de janeiro de 2016. Na mesa ao lado dele, Paulo André, que retornava ao Clube após dez anos, e Léo Pereira, destaque das Categorias de Formação e que ganhava nova oportunidade na equipe profissional.
Na época com 27 anos de idade e passagens por equipes como Cruzeiro, Corinthians e Palmeiras, o zagueiro Thiago Heleno comemorou a possibilidade de vestir as cores rubro-negras e prometeu: “Vamos brigar por tudo o que competirmos”.
A estreia de Thiago Heleno pelo Athletico aconteceu no dia 21 de fevereiro daquele ano, diante do FC Cascavel. E não demorou muito para o zagueiro conquistar os torcedores rubro-negros. Com muita raça em campo, o jogador virou titular e conduziu a equipe na conquista do Campeonato Paranaense de 2016. No primeiro jogo da final, marcou um dos gols da goleada por 3 a 0 sobre o Coritiba e fez a comemoração que virou marca registrada do “General”.
Depois, foi peça fundamental do time athleticano que terminou o Brasileirão na sexta colocação e garantiu vaga na Conmebol Libertadores de 2017. Mas o melhor ainda estava guardado. Na Conmebol Sul-Americana do ano passado, coube ao zagueiro cobrar o último pênalti na final diante do Junior Barranquilla.
Ele pegou a bola com uma certeza. Se acertasse aquele pênalti, colocaria de vez o nome na história do Clube, garantindo o primeiro título internacional ao Furacão. Thiago tomou muita distância, correu até a bola e soltou a bomba. O chute forte iniciou a festa rubro-negra no Caldeirão! Aquela imagem que nenhum athleticano esquecerá.
No dia em que o zagueiro completa três anos da estreia pelo Athletico Paranaense, o Site Oficial traz uma matéria especial com Thiago Heleno. Referência no atual elenco, ele relembrou a chegada ao Clube, os momentos de alegria e superação, além do pênalti histórico no dia 12 de dezembro de 2018.
Site Oficial: Você estava há três anos em Santa Catarina, defendendo Criciúma e Figueirense. Como encarou essa oportunidade no Athletico, em 2016?
Thiago Heleno: Foi um desafio diferente. Um clube muito profissional, com estrutura e projeto. Então, cheguei muito feliz com o novo compromisso. Todo mundo me recebeu muito bem e isso ajudou bastante. Já são três anos felizes e espero continuar ajudando nesse projeto.
Site: Em pouco tempo, conquistou o torcedor athleticano. Por que você acha que foi tão rápido esse respeito?
Thiago: Foi muito rápido mesmo. Talvez eu nem esperava, mas trabalhava para isso. Eu me entrego sempre, não só para ter esse apoio do torcedor, mas pelo Clube. Consequentemente, essas coisas aconteceram de forma rápida. Isso foi importante para mim.
Site: Hoje você completa três anos da estreia pelo Furacão. O que mudou daquele Thiago que entrou em campo contra o FC Cascavel?
Thiago: É difícil comparar. Agora estou com uma sequência muito boa. Quando estreei, já tinha ido para alguns jogos, mas não entrava. Foi um obstáculo que precisei passar e acabou sendo uma estreia boa. Tivemos um empate fora de casa, com uma equipe bem modificada. Mas guardo com carinho aquele jogo.
Site: Você conquistou dois títulos aqui e nas finais dos dois teve participação fundamental. Dá para dizer que o Thiago Heleno é daqueles jogadores que crescem ainda mais em decisões?
Thiago: Eu nunca me escondi. Não tenho medo de errar e tentar. Procuro sempre ajudar. Joguei com muita gente experiente, que me ajudou. Aqui temos muitos garotos e que chegam nessas decisões jovens. Mas é um peso bom. Nesses momentos, eu pude aparecer bem. E não só aqui. Tive a oportunidade também de fazer gol na final da Copa do Brasil, com o Palmeiras. Então, fico feliz de aparecer nesses momentos. Tento acalmar os mais jovens, porque não podemos errar. Ficar marcado por esses títulos é importante.
Site: Já são 131 jogos pelo Clube. Tem como escolher o mais marcante?
Thiago: Para mim, foi aquele jogo contra o San Lorenzo, na Argentina, na (Conmebol) Libertadores de 2017. Me marcou muito. Era uma partida extremamente difícil e diante de um time acostumado com esses jogos. Fizemos o gol cedo e marcamos muito bem, suportando a pressão deles. Fui bem nesse jogo, ganhei a maioria das bolas. Ali, pudemos mostrar que tínhamos força para seguir naquela Libertadores.
Site: Os jogadores mais novos sempre citam você como um cara que ajuda no crescimento deles, dando conselhos. Como é para você assumir essa responsabilidade de ser exemplo para os jovens aqui do CAT?
Thiago: Eu subi muito cedo e tinha que escutar muito. Era um pouco “cabeça dura” e acabava não ouvindo tudo. Mas com o decorrer da carreira, vi que é preciso ouvir sempre. Então, fico feliz de sentar com os meninos mais novos e conversar sobre tudo. Não temos essa diferença de categoria e idade. É legal poder ajudar, porque eles chegam nesses momentos decisivos mais experientes. Não custa nada passar o que já vivi. Faço com o maior prazer.
Site: Aos 30 anos de idade, dá pra dizer que você vive o momento mais maduro da carreira?
Thiago: Em questão de cabeça, com certeza. É um momento crucial da carreira. Com 30 anos, é preciso projetar os próximos anos, porque chega muito rápido. Então, tenho que me dedicar muito em campo e superar algumas dores normais, para aproveitar ao máximo.
Site: Falando um pouco da Conmebol Sul-Americana do ano passado, o que passou na tua cabeça no trajeto do meio de campo até a marca do pênalti, sabendo que era a bola que podia garantir o título ao Athletico?
Thiago: Eu estava muito tranquilo. Bem concentrado mesmo. Quando o Tiago Nunes falou que eu ia bater o ultimo pênalti, para fechar com chave de ouro, estava preparado. Naquele caminho, fui pensando que o nosso time se entregou muito na competição. E, independentemente do que acontecesse, não seriamos fracassados. A luta que tivemos foi muito grande no segundo semestre e deixamos o máximo nos jogos. Então, deixei na mão de Deus e deu tudo certo.
Site: E quantas vezes você já reviu aquele lance do pênalti?
Thiago: Eu vejo sempre. Mas não vejo só o gol. Fico vendo todos os lances desse jogo e de outros. Vejo algumas coisas e, se eu já fiz em outros momentos, posso repetir sempre. Ver aquele estádio todo cheio, na final, foi muito bom. É um jogo para ficar na memória de todos.
Site: Esse título sul-americano foi especial para todos os torcedores e para o Clube. Mas por tudo o que você viveu em 2018, acabou tendo uma importância ainda maior?
Thiago: Tive alguns momentos complicados no ano passado. Sofri uma lesão no tornozelo e fiquei mais de um mês parado. Voltei para os jogos contra a Chapecoense e o Atlético Mineiro com muita dor. Mas com essa vontade de ajudar, não podia me esconder. Sempre fui assim e muitas vezes isso me prejudicou. Mas segui lutando para ajudar. Lá em Salvador, o Tiago (Nunes) conversou comigo, sobre a minha postura mesmo estando no banco. Deixei claro que ia continuar ajudando de qualquer forma e ele ficou feliz por isso. Não posso ser diferente porque não sou titular. Foram momentos de aprendizado e com um final de ano maravilhoso. Deus preparou aquilo para mim. Fiquei um período com muita dor, tentando voltar. Superei tudo isso e fomos coroados com o título.
Site: Depois de colocar seu nome na história do Clube definitivamente, como é encarar esse ano de 2019, com cinco competições importantes e duas finais inéditas?
Thiago: Toda equipe queria esse calendário nosso, cheio e com competições de alto nível. Nosso time tem totais condições de chegar e ganhar. Mantivemos a base e chegaram jogadores experientes, com nível internacional, para nos ajudarem. Então, tem tudo para ser um ano muito bom. Devido ao título do ano assado, a cobrança vai dobrar. Mas isso é melhor para todos nós, porque é sinal que estamos em um nível top. E nós mesmos temos que nos cobrar, para seguir ganhando títulos.
Site: Falando um pouco da tua vida pessoal, o torcedor está acostumado a te ver em campo, sempre jogando com muita seriedade. Mas como é o Thiago Heleno fora dos gramados?
Thiago: Eu sou muito brincalhão. Tenho alguns momentos que quero chegar em casa e ficar calado. Mas gosto de brincar e, se me encontrarem na rua, podem vir brincar e conversar. Não gosto de falta de respeito. Eu levo muito a sério o meu trabalho, em jogos e treinos sou um pouco mais fechado. Mas sempre pensando na evolução. De resto, sou um cara bem tranquilo.
Site: No final do ano passado, você inaugurou um espaço de esporte e lazer em Sete Lagoas (MG), a Arena TH44. Claro que ainda falta muito pra você parar de jogar bola. Mas quando se aposentar, vai ficar nesse lado empresarial ou você se imagina em alguma função dentro do futebol?
Thiago: O que eu montei lá era o meu sonho. Como meu pai jogou bola, meus irmãos jogam até hoje no amador, eu queria montar uma quadra com uma estrutura boa e uma escolinha. Fizemos o projeto e conseguimos concluir no final do ano. Está andando bem e ainda falta muito tempo para eu decidir o que vou fazer. Ainda tem bastante coisa para fazer jogando, mas quero aprender muito até parar, independentemente da área de atuação.
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