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Celso Cordeiro: “Longo caminho”

Longo caminho

O campeão Geninho assumiu o Atlético Paranaense em mais um momento difícil. A torcida irada pela perda no 1º turno e pela inesperada derrota no Acre foi a Arena para protestos com toda razão. O jogo diante do Rio Branco de Paranaguá, com certeza transcorreria num clima tenso e desconfiança por parte dos atleticanos. Pelo momento vivido, não se esperava qualquer facilidade diante dos parnanguaras, que lutam contra o rebaixamento.

Geninho assumiu na sexta feira e sem grandes alterações, modificou o sistema tático e promoveu a estréia do recém contratado Héverton. Visivelmente o time estava instável em campo nos primeiros minutos e apenas o estreante Héverton, talvez por ter chegado agora, parecia não sentir o clima ruim que se instalara no estádio.

Na verdade o clima da arquibancadas, apenas refletiu o que significa para um clube como o Atlético Paranaense, derrapar num campeonato como o estadual e tropeçar na estréia de uma Copa do Brasil. Efetivamente não se admite que o clube faça uma campanha deste nível, daí a razão da diretoria ter processado as mudanças no comando técnico e se ver obrigada a ir em busca de jogadores para reforçar o elenco.

Consciente disto, Geninho sempre bem quisto pela nação atleticana, apenas procurou dar estrutura suficiente para o time vencer a partida. A estrutura tática aliás, não foi mais importante que a estrutura psicológica, ganha no decorrer da partida. Se os primeiros movimentos foram sofríveis, aos poucos, porém, o time foi se ajustando e se não realizou um primor de partida, fez o suficiente para vencer, sem ser ameaçado em momento algum pelo simpático time parnanguara.

Destaco como positiva a estréia do recém contratado Héverton, que mostrou suas credenciais com boa movimentação e o gol de abertura do placar. Não gostei da movimentação de Kleberson pela ala direita, mas achei satisfatória a sua presença pela meia cancha na segunda etapa. Aliás, o penta campeão é um jogador versátil e pode atuar tanto na cabeça de área, como de segundo volante ou de meia armador. Diferentemente do que apregoam aqueles apressadinhos de plantão(os da latinha), Kleberson precisa sim, de uma sequência de jogos para readquirir a sua forma técnica e voltar a ser o jogador brilhante que sempre foi. Lembro, que Ronaldinho Gaúcho, também um penta campeão, não tem jogado no Flamengo nem 10% do que pode e é capaz, mas nem por isso, os cronistas cariocas estão dizendo que ele não é mais o mesmo. O pessoal daqui é diferente e não perdem oportunidade de criticar a excelente contratação efetuada.

Com Geninho, tenho que Kleberson voltará a jogar seu grande futebol, assim como Claiton que ficou fora de algumas partidas, não discuto o mérito da questão, mas já entrou em campo domingo, dando uma nova alma e dinâmica ao time. E Geninho também saberá como utilizar o Predador, que será muito útil na nova fase que creio tenha iniciado.

Ouso afirmar, que os treinamentos poderão colocar o Xaropinho e o Predador no mesmo time, que se mudam as características de marcação do sistema, indubitavelmente qualificam o passe, e poderão formar com Madson e Paulo Baier uma meia cancha bastante técnica. São apenas hipóteses, que podem, sem dúvida, ser testadas.
Geninho é um vencedor em defesa das cores rubro negras, tanto que nas duas passagens que teve pelo clube, saiu campeão. Dois títulos em duas passagens, este é o saldo do treinador.

Na quarta, cabe ao Atlético reverter uma situação que se criou com a derrota inesperada na capital do Acre. Qualquer vitória atleticana, tomando apenas um gol classifica o Furacão para a próxima fase da Copa do Brasil. A competição tem características peculiares e não permite novos erros ou vacilos como tomar gols, de tal sorte, que o respeito ao adversário é primordial para que se chegue a classificação, que virá com muito empenho e atenção.

A competição é useira e vezeira em pregar peça em favoritos em qualquer de suas fases, o que mostra que todo cuidado sempre é pouco. Nem se deve voltar a falar naqueles velhos chavões, que o clube sonha em ganhar a Copa, que é o caminho mais curto, etc e tal. Tudo isto é bobagem, pois se o numero de jogos é pequeno até o título, ele é gigantesco no objetivo. E o objetivo deve ser vencido a cada etapa. Não ganhou no Acre, precisa ganhar em Curitiba.

Na verdade, o Atlético tem um longo caminho a ser percorrido, seja na Copa do Brasil, seja no campeonato estadual, para se recuperar dos tropeços destes primeiros dois meses do ano. O treinador Geninho terá que ajustar o time rapidamente. Novas contratações deverão ser efetivadas. A confiança, a determinação e sobretudo o crédito da torcida atleticana, darão ao Furacão a força para reverter o quadro. E aí sim, veremos se o caminho realmente era mais curto. Por enquanto ele é longo, muito longo.

Celso Cordeiro
twitter.com/celsocordeiro22
advcord@gmail.com

01.03.2011

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