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Como é ser um jovem com um futuro tão promissor?
O talento de Dudu dentro de campo é inquestionável. Ele é uma das referências técnicas das Categorias de Formação do Athletico Paranaense. Já tem um bom tempo também que é nome certo nas convocações da Seleção Brasileira de base. São nove até aqui.
Mas o bom momento da carreira que vive ainda na adolescência não sobe à cabeça do meio-campista. Na verdade, nada parece abalar o jovem athleticano. E não vai ser agora que ele vai desviar do foco em seguir aprimorando, cumprindo as etapas necessárias para um dia chegar à equipe principal do Rubro-Negro.
“É inevitável. Sempre que é possível e estou ali por perto, paro para dar uma olhada no treino do time principal. É muito legal! Você olha e sonha em um dia estar ali com eles”, conta Dudu, sobre o que é a busca por esse objetivo para uma pessoa que ainda tem apenas 17 anos de idade.
“Mas temos que viver o presente”, fala o jogador. “Agora, estou no Sub-17. Preciso ter meu foco todo aqui. E desempenhando bem, consequentemente vou ter minha oportunidade lá no time principal um dia. Primeiro é focar no presente, para depois estar pronto quando o futuro chegar”, comenta.
Dudu é um dos piás do Caju que estarão em campo neste fim de semana pela decisão da Copa do Brasil Sub-17. Um jogão daqueles, contra o Palmeiras! A partida começa às 19h30 deste domingo (18), na Arena Barueri, na Grande São Paulo (SP). O jovem time do Furacão busca o título da competição pela primeira vez para o clube.
Dudu comemora após marcar um gol pela Seleção Sub-17 neste ano
Foto: Rafael Ribeiro/CBF 11-04-2023
O começo
Com 17 anos de idade, Eduardo Kogitzki Anastácio tem o privilégio de fazer parte de um dos grandes clubes do futebol brasileiro, como o Athletico Paranaense. Nunca foi sorte. Sempre foi muito trabalho. E um trabalho que começou bem cedo.
A família sempre foi um alicerce do menino, que nasceu em Curitiba em 1º de janeiro de 2006. Dudu passou a infância no bairro Novo Mundo. E ali nos campinhos da região, a bola de futebol era a grande companheira das brincadeiras.
O pai sempre foi uma presença constante. Elissandro Anastácio, paranaense de Ivaiporã. Aos cinco anos de idade, a brincadeira favorita de Dudu era estar ao lado do pai e de uma bola nas pracinhas da região. É com essa alegria que o pequeno aprendeu a amar o esporte.
Começou em uma escolinha de futebol perto de casa. Depois, passou pelo futsal. Veio a transição para o campo. Atuou pelo Coritiba. E em 2017, chegou às equipes de iniciação do Athletico Paranaense. Tinha 11 anos de idade à época.
“Jogar futebol é um sonho que se carrega desde pequenininho. Desde quando se começa a jogar futebol”, conta Dudu. “Hoje quero construir minha carreira aqui dentro do Athletico, quem sabe um dia poder ser também um ídolo da torcida”, projeta o jogador.
Dudu, nas equipes de iniciação do Athletico Paranaense
Foto: Arquivo pessoal do jogador
Como é a rotina de um adolescente no futebol?
Morar em Curitiba até facilita algumas coisas para Dudu, pela possibilidade de ficar mais próximo da família e dos amigos de infância. É um alicerce importante na vida dele, que ajuda na carreira.
Sem contar que possibilita coisas bem legais, como ter o pai, a mãe (Araceli Kogitzki) e o avô (Serafin Kogitzki) na arquibancada da Arena na vitória do Furacão sobre o Sport, pelo jogo de volta da semifinal da Copa do Brasil Sub-17. A irmã mais nova, Rafaela Kogitzki Anastácio, de 13 anos de idade, é outra grande fã do atleta.
Mas a rotina de um jovem no esporte de alto rendimento é bem puxada. Cuidar da alimentação. Cuidar dos horários. Cuidar da carreira. É levantar todo dia bem cedo. Ir para o CAT Caju. Treinar pela manhã. Treinar à tarde. Fazer aulas de inglês, um benefício que o clube concede para um futuro melhor aos seus jovens talentos.
O expediente no CAT Caju termina. Mas a agenda do jovem continua. Volta para casa. E precisa se dedicar às aulas do ensino regular obrigatório. Dudu está no terceiro ano do ensino médio. Por conta da agenda puxada de treinos e jogos, consegue fazer as aulas online. Mas como qualquer menino, precisa tirar boas notas para passar de ano. E ele está indo bem.
O jovem athleticano durante disputa da semifinal da Copa do Brasil Sub-17
Foto: Cahuê Miranda/athletico.com.br 08-06-2023
Referências no futebol
Difícil encontrar alguém da “Geração Z” (nascidos entre 2000 e 2010) que não seja fã de Cristiano Ronaldo ou de Messi, não é mesmo? Pois é. E Dudu cresceu admirando o capitão da Seleção Argentina e craque que viveu grandes momentos no Barcelona, da Espanha.
“Sempre gostei do Messi. Sempre que jogava futebol no videogame, queria estar com o Barcelona para jogar com o Messi”, conta Dudu. “A inteligência. A qualidade técnica dele. A velocidade com que ele faz a tomada de decisão dentro de campo. Ninguém consegue fazer o que o Messi faz. E só mesmo você estando no futebol, dentro de campo, para entender como é impressionante o que ele faz”, analisa o athleticano.
Mas tem brasileiro ídolo no esporte do jovem rubro-negro. Aliás, outro grande jogador. E um bem conhecido da torcida athleticana. É o meio-campo Bruno Guimarães, que hoje defende o Newcastle, da Inglaterra.
“Gostava muito de ver o Bruno Guimarães jogando pelo Athletico. Me espelhava no jogo dele”, afirma Dudu. “E até hoje acompanho as partidas dele. É um ídolo que tenho no futebol também”, diz.
“Sobre ter alguém como referência, é sempre muito difícil ‘copiar’ o que outro jogador faz”, explica. “Então sempre reparo no que os jogadores de grande destaque fazem e, a partir disso, tento adaptar ao meu estilo de jogo. Na verdade, quando você assiste a um jogo, você meio que estuda os outros jogadores”, diz.
Tem dado certo. E Dudu mostra que é um meia moderno. Talentoso. E solidário com o time.
Bruno Guimarães, uma das referência de Dudu
Foto: Miguel Locatelli/athletico.com.br 24-07-2019
E o lado adolescente?
Sim, ele existe. E o jovem Dudu procura manter o equilíbrio fazendo coisas que gosta. Coisas da idade. Coisas de uma geração apaixonada por tecnologia, por exemplo. Dentre elas, ligar o computador em casa para uma ou outra disputa do famoso jogo eletrônico Counter-Strike.
A playlist do tocador de música também é caprichada com hits da idade. Veja o #Top5 de Dudu logo abaixo. Passar momentos de qualidade com a família e os amigos também. Aliás, Dudu gosta muito desses momentos. Nas conversas com o pai, por exemplo. Falam de vida. De carreira. Curtem cada momento.
“Sou uma pessoa bem tranquila. E esses momentos de lazer me ajudam a relaxar”, explica Dudu. “O dia a dia é difícil. Você precisa fazer um esforço para organizar a sua agenda e, assim, conseguir viver bem. Por isso que, sempre que posso, dou uma ‘saidinha’ do mundo do futebol para dar um descanso para a minha cabeça. Porque esse descanso do trabalho também é importante”, ensina.
O #Top5 da playlist do Dudu
1. Conexões de Máfia (Matuê)
2. Novo Balanço (Veigh)
3. Cartão Black (KayBlack)
4. Boka Loka (Mc’s Vine 7, Don Juan, Kako, Joãozinho VT, V7, Tuto, Erik, Pê Leal)
5. Clickbait (Veigh)
A final da Copa do Brasil Sub-17 de 2023
Claro que a decisão deste domingo (18), na Grande São Paulo (SP), também não sai da cabeça de Dudu. É inclusive também por isso que ele, já jogador do CAP Sub-20, desceu uma categoria para reforçar o CAP Sub-17.
Dudu prega respeito ao adversário que, assim como o Athletico Paranaense, fez uma campanha praticamente impecável na competição. Uma pequena vantagem no critério de saldo de gols fez o Palmeiras ser o mandante do jogo único da decisão do título.
Inclusive quando você vir Dudu com fone de ouvido no ônibus com o time, no caminho para o vestiário ou naqueles momentos finais antes da subida ao campo, pode ter duas certezas. Uma que o som é um bom trap music. A outra, que ele está concentrado ao extremo para o jogo. “Coloco meu fone. Escuto minha música e procuro me concentrar. Mentalizar as ações do jogo. Isso me ajuda muito”, diz.
“E nosso time está muito confiante para essa decisão da Copa do Brasil”, declara Dudu. “Sabemos que será um jogo muito difícil, principalmente pela qualidade que o time do Palmeiras tem. Mas temos a convicção de que podemos sair da partida com o título”, encerra.
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