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Prestes a completar 10 anos de Clube, atacante Pablo faz balanço da carreira
O atacante Pablo chegou ao Atlético Paranaense em agosto de 2006, com apenas 14 anos. Nascido em Cambé, no Interior do Paraná, o jogador passou por todas as Categorias de Formação do Rubro-Negro até estrear profissionalmente, em 2011. No time principal atleticano, atuou em sua posição de origem, mas também fez outras funções, como a lateral direita.
Em 2012, o atual camisa 92 foi emprestado ao Figueirense, em sua primeira experiência fora do CAT do Caju. Após ótima temporada no time catarinense, chamou a atenção do poderoso Real Madrid. Na equipe espanhola, ficou por seis meses e atuou pelo time B, na disputa da Segunda Divisão do Campeonato Espanhol. Mas o aprendizado foi além. Pelo menos uma vez por semana, Pablo treinava com o time principal e tinha a possibilidade de atuar ao lado de alguns dos melhores jogadores do mundo. "Foi uma experiência fantástica na minha carreira", garante.
Após o período no time de Madri, o atacante retornou ao Figueirense e atuou por mais seis meses. No início de 2015, foi a vez de jogar no futebol japonês. Pablo chegou ao Cerezo Osaka e encontrou o que ele cita como "um dos melhores técnicos do mundo". Com Paulo Autuori no comando da equipe japonesa, Pablo garante ter aprendido muito em todos os aspectos que envolvem o futebol.
Ainda com contrato com o Furacão, o atacante retornou neste ano para ajudar a equipe na temporada 2016 e pôde reencontrar Autuori. No primeiro semestre, participou da campanha na Copa da Primeira Liga e também da conquista do Campeonato Paranaense. No título estadual, foi titular nos dois jogos finais contra o Coritiba e levantou o primeiro troféu como profissional do Clube. No último domingo (17), marcou o centésimo gol do Rubro-Negro em seu estádio após a reformulação para a Copa do Mundo.
O momento do retorno ao Furacão é visto por Pablo como ideal em sua carreira. "Tive passagens em outros clubes que foram importantes para mim e me ajudaram a amadurecer. Agora, senti que estava pronto, maduro e experiente para jogar novamente com a camisa do Atlético. Sei que ainda posso evoluir muito mais e quero continuar ajudando a equipe para fazermos um ano inesquecível", avalia.
Para que a temporada atleticana continue com conquistas, o atacante cita a força do grupo e a participação do técnico Paulo Autuori. Em sua segunda experiência com o comandante, acredita que evolui a cada dia. "Ele entende muito de futebol, tem essa visão europeia e soube trazer isso para o futebol brasileiro. Em termos físicos, táticos e técnicos, aprendi muito com ele. Dei um salto muito grande na minha carreira graças ao Paulo [Autuori]. E aqui no Atlético essa evolução continua. Não apenas para mim, mas para todos os jogadores", afirma.
Atualmente, o Rubro-Negro está na terceira fase da Copa do Brasil e ocupa a quinta posição no Campeonato Brasileiro, com 24 pontos. As boas campanhas e a evolução constante da equipe levam o atacante a crer em um final de ano feliz para todos os atleticanos.
"Temos um grupo que quer chegar. Um grupo que tem a vontade de ser campeão e isso é fundamental. Já conquistamos um título e queremos continuar crescendo. Creio que podemos chegar ao final do ano comemorando a conquista de grandes coisas", afirma.
Créditos: Pablo/Arquivo pessoal
Confira, abaixo, a entrevista completa feita com o atacante Pablo:
Site Oficial: Em agosto deste ano, você completa dez anos de Atlético Paranaense. Por toda essa história que você tem desde as Categorias de Formação, faltava esta sequência como titular da equipe?
Pablo: Sim. Meu objetivo sempre foi jogar aqui no Atlético. Sou cria do Clube e aqui estou em casa. É o time do meu Estado, que me acolheu quando eu tinha 14 anos. Devia isso a todos. Na minha primeira passagem na equipe principal, não atuei tanto na minha posição. Não foi uma passagem que eu pudesse falar que era o Pablo, ajudando no sistema ofensivo e fazendo gols. Isto tem acontecido agora.
Site: No início, você chegou a jogar até como lateral. Como você encarou aquele momento?
Pablo: Para mim, foi uma passagem excelente. Era o meu início como profissional e peguei muitas coisas boas. Jogar como lateral me ajudou a crescer na parte defensiva. Hoje, sei os conceitos táticos da parte defensiva e isso me ajuda muito em campo. Era algo que faltava para mim e não tenho do que reclamar.
Site: Você defendeu, por empréstimo, o Figueirense, o Real Madrid B e o Cerezo Osaka. Neste período todo, pensava no retorno ao Atlético Paranaense?
Pablo: Foram passagens importantes para mim. Acho que ainda não estava pronto para jogar aqui e isso me ajudou a amadurecer. Agora, senti que estava pronto, maduro e experiente para jogar com a camisa do Atlético. Sei que ainda posso evoluir muito mais e quero continuar ajudando a equipe para fazermos um ano inesquecível.
Site: Com todo esse tempo, qual a importância que o Clube tem na sua carreira?
Pablo: Representa tudo. É o Clube que me fez jogador de futebol e pessoa. Passei minha infância aqui, até chegar ao que sou hoje. São quase dez anos de vínculo com o Atlético. É o Clube que me projetou para o futebol nacional e internacional e só tenho a agradecer.
Site: Na Espanha, você ficou seis meses no Real Madrid B. Como foi essa experiência?
Pablo: Foi muito boa. Poder treinar junto com a equipe principal do Real Madrid, vendo Cristiano Ronaldo, Marcelo, Pepe, Sergio Ramos e Casillas, foi fantástico. Uma experiência única na minha carreira, em um nível muito alto no futebol europeu. Aprendi muito vendo esses caras trabalhando no dia a dia. Vi a necessidade de trabalhar muito para poder render em alto nível. Então, tento sempre estar bem nos treinos, porque nos jogos isso se reflete nas partes física, mental, tática e técnica.
Créditos: Pablo/Arquivo pessoal
Site: Como era essa rotina no Real Madrid B?
Pablo: No time B, disputávamos a segunda divisão do Campeonato Espanhol, mas subíamos para treinar com o time principal toda semana. Então, pude ter esse convívio direto com os atletas do Real Madrid A, principalmente com os brasileiros e portugueses. Foi uma experiência fantástica na minha carreira.
Site: Acabamos de ver a Seleção de Portugal campeã da Eurocopa. Você que esteve perto, o que dá para falar do Cristiano Ronaldo?
Pablo: Ele é acima da média mesmo. O que ele fez durante esta temporada não tem nem o que falar. É um cara que trabalha muito e esse é o diferencial dele. Ele treina muito e quer sempre estar jogando e evoluindo. Isso tudo mostra porque ele chegou a esse nível e só tem a evoluir. Neste ano, o time de Portugal estava mentalmente preparado para ser campeão e foi merecedor desse título. O Cristiano e o Pepe trabalharam muito para isso.
Site: Saindo da Espanha, você voltou ao Figueirense e depois teve uma experiência no Cerezo Osaka. Como foi esse período no Japão?
Pablo: Lá é tudo muito diferente. Desde o idioma, até a cultura e os pensamentos. No primeiro mês, foi uma adaptação difícil. Mas sempre coloquei na minha cabeça que quem está chegando a um país precisa se adaptar e aos poucos fui me integrando a tudo. Eu e minha esposa nos adaptamos bem e foi um período fantástico. Morar no Japão e ver essa cultura milenar de perto foi muito legal.
Site: Neste período no Japão, você trabalhou com o Paulo Autuori. Para você, foi bom reencontrá-lo aqui?
Pablo: É uma pessoa que dispensa comentários. Não tem nem como descrever o que ele significa para o futebol brasileiro. Como pessoa, é um cara ético e muito justo. Dentro de campo, tem uma análise muito boa. Ele faz a leitura de jogo perfeita e isso nos ajuda muito. Ele mostra quando erramos e faz com que todos evoluam. Ele entende muito de futebol, tem essa visão europeia e soube trazer isso para o futebol brasileiro. O Atlético busca estar sempre em alto nível, com uma infraestrutura fantástica. Ter uma pessoa como ele só ajuda.
Site: Ele acrescentou muito no seu futebol durante o período no Japão e continua ajudando aqui no Atlético Paranaense?
Pablo: O meu jogo no Japão, em um ano, evoluiu muito e amadureci demais. Em termos físicos, táticos e técnicos, aprendi muito com ele. Dei um salto muito grande na minha carreira graças ao Paulo [Autuori]. E aqui no Atlético essa evolução continua. Não apenas para mim, mas para todos os jogadores. Estamos vivendo isso e todos estão felizes com ele. Ele nos dá tudo pronto e nos indica o que devemos fazer durante os jogos.
Site: Você já fez cinco gols neste ano, sendo dois nos últimos dois jogos. Podemos dizer que está cada vez mais à vontade com a camisa rubro-negra, independentemente da posição em campo?
Pablo: Eu me sinto muito bem aqui no Atlético. Posso jogar na ponta, como centroavante e também como meia. O Paulo [Autuori] sabe como posso render mais e como posso ajudar a equipe em cada partida. Espero fazer mais gols neste ano e trabalhar para que a equipe continue evoluindo.
Créditos: Pablo/Arquivo pessoal
Site: O que esse grupo tem e o que pode fazer para que conquiste ainda mais coisas na temporada?
Pablo: É um grupo que quer chegar. Um grupo que tem a vontade de ser campeão e isso é fundamental. Nós acreditamos no que estamos fazendo. Já conquistamos um título e queremos continuar crescendo, fazendo nosso jogo e controlando as partidas. Creio que podemos chegar ao final do ano comemorando a conquista de grandes coisas.
Site: Em 2013, o Atlético Paranaense conseguiu fazer ótimas campanhas jogando simultaneamente a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro. É possível repetir estas boas atuações também este ano?
Pablo: Com certeza. Temos que pegar esse exemplo de 2013. Eu acompanhei de fora e vi como a equipe se portava dentro de campo e o quanto eles queriam chegar nas duas competições. Então, temos que pegar como exemplo, colocar essa vontade dentro de cada jogador e no final do ano disputar o título da Copa do Brasil e chegar bem no Campeonato Brasileiro. São nossos objetivos nestes meses finais de temporada.
Site: E para que a equipe permaneça com estes sonhos, qual a importância dos jogos em casa, tanto do Brasileiro quanto pela Copa do Brasil?
Pablo: Temos que vencer em casa. E para isso, o torcedor é nosso 12º jogador. Sempre foi assim. Jogar aqui dentro é difícil para todos os adversários e eles sentem isso, até pela proximidade da arquibancada. Então, peço o apoio da torcida em todos os jogos em casa. Que nos ajudem e nos fortaleçam. Vamos fazer esse Caldeirão para que todos os times passem dificuldades aqui na nossa casa.