Clube

Palavra do Presidente: Coração e mente

Há um ano, vivíamos a eleição. Deixava minha casa, desviando da chuva e vivendo um clima diferente: de expectativa, forte disputa. Campanha com alguma turbulência, apesar de todos desejarem o bem do nosso Clube, mas com os caminhos e as escolhas diferentes. Buscava votos com o coração. Hoje, busco a mente, quero reflexão. Tarefa mais difícil. 

Meu espírito sempre foi de confiança e não errei, pois os Sócios certamente decidiriam pela continuidade do melhor projeto, que transformou o ATLÉTICO de clube local na consolidação da melhor infraestrutura de Centro de Treinamentos e na mais barata, de melhor conforto, na mais bela Arena, sem “Lava Jato”. 

Sou um homem simples, com história de vida semelhante aos torcedores. A grande diferença é o privilégio de tornar-me presidente do Clube, com as melhores perspectivas de continuidade de crescimento, muito à frente dos principais clubes da América, logo semelhante aos maiores do mundo.  

Parafraseando: sonho que sonha só, continua sonho. Sonho que sonhamos juntos, transformamos… 

Venha conosco nesta transformação. Esqueçamos diferenças, conflitos passados, atritos, derrotas e erros. Estas questões são tão menores quando comparadas com o desastre da Chapecoense. Devemos tirar lições e aprender que a união não se faz nas tragédias. A solidariedade, amizade, gratidão, empatia, respeito pelas diferenças e cores são cotidianas. 

Aprendi um novo sinônimo de solidariedade e introduzo: COLÔMBIA. Povo de gestos singelos, atitudes fortes. Apenas as orações e aplausos eram capazes de reduzir a dor e aumentar a emoção. 

Este episódio se repetiu no Couto Pereira. Igual emoção, mas com uma grande diferença, pois não havia inimigos, mas adversários fraternos, irmanados na perspectiva de um novo futebol solidário. 

Uma faixa no estádio era marcante: Hoje não tem hino, não tem cores, não tem camisas, sem violência. Esse é o futebol… 

A Chape deixou legado de gestão, eficiência, disciplina. Mas outro, que não imaginava, é a transformação do futebol em entretenimento, sem violência e ódio, com presença das famílias sem medo, compartilhamento, festa pelas vitórias e respeito nas derrotas. O futebol como agente de transformações sociais e de confraternização.  

Não é ingenuidade ou sonho único, mas missão coletiva. Convido a todos torcedores, independentemente da preferência de clubes, para estarmos juntos e irmanados na solidariedade. Acredite… Faça… Coração e Mente para as ações de fraternidade e de paz.

Façamos uma revolução da paz. Se o futebol, muitas vezes, por ser paixão, gera conflitos e se torna detonador de tragédias e tristezas, vamos nos irmanar com o espírito natalino e de novo ano e fazer dele, o futebol, o que sempre deveria ter sido: alegria. Revolucionemos, como Mahatma Gandhi: “A única revolução possível é dentro de nós.” 

Que todos reflitam sobre o momento que estamos passando de pós-tragédia e nos espelhemos no exemplo daquela noite com os irmãos colombianos.

 

LUIZ SALLIM EMED

Presidente do Conselho Administrativo do Clube Atlético Paranaense

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