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1930
Bicampeão invicto!
Com a permanência do time campeão invicto, a impressão que se tinha era que ninguém poderia superar o Athletico em 1930. E foi isso mesmo que aconteceu.
A temporada foi marcada por uma longa interrupção, causada pela Revolução de 1930. O turbulento cenário político nacional fez com que o Campeonato Paranaense ficasse paralisado por três meses.
O primeiro turno foi disputado entre 27 de abril e 24 de agosto. Mas o início da segunda fase foi adiado devido à crise institucional do país, que culminou em 3 de outubro. Nesta data, um golpe de estado impediu a posse do presidente eleito Júlio Prestes e conduziu Getúlio Vargas ao poder.
O campeonato só foi retomado no dia 7 de dezembro, apenas pelos quatro primeiros colocados, que ainda estavam na briga pelo troféu, no sistema de disputa por pontos corridos.
Quando a bola voltou a rolar, o Athletico seguiu em frente com sua campanha invicta. O time comandado por Alberto Gottardi e Marreco assegurou o título após uma vitória de 3 a 2 sobre o Coritiba, no dia 28 de dezembro.
No jogo decisivo, nem mesmo a vantagem do empate diminuiu o gás do Furacão. Com raça de campeão, o Athletico atropelou o rival, balançando as redes com Zinder Lins, Marreco e Levoratto. O Rubro-Negro comemorou novamente o título com uma rodada de antecedência.
Com o campeonato decidido, o último jogo, contra o Palestra Itália, foi cancelado. E o Furacão assegurou um dos maiores feitos de sua história: bicampeão invicto!
A CAMPANHA
7 jogos
6 vitórias
1 empate
21 gols marcados
11 gols sofridosPrimeiro turno
– 18/05: Coritiba 2x3 Athletico
– 08/06: Athletico 3x3 Aquidaban
– 29/06: Athletico 2x1 Palestra Itália
– 27/07: Britânia 1x2 Athletico
– 17/08: Athletico 5x0 ParanaenseSegundo turno
– 14/12: Athletico 3x2 Britânia
– 28/12: Athletico 3x2 CoritibaELENCO CAMPEÃO
Goleiros
– Alberto
– Cecy
– TércioZagueiros
– Anjolilo
– Paraílio BorbaMédios
– Rosa
– Falcine
– Chumbinho
– Mercer (Rintintin)
– Altino Borba
– Guaxupé
– JucaAtacantes
– Marreco
– Levoratto
– Urbino
– Zinder
– Érico
– Naná
– Maranhão
– Nestor
– Heitor
– Haroldo
– Raul
– Ary -
1930
O hino rubro-negro
1930
O hino rubro-negro
O hino do Clube Athletico Paranaense é motivo de orgulho para a torcida do Furacão. E não é por acaso. Além de representarem perfeitamente o sentimento dos atleticanos por seu clube, a letra e a melodia da canção rubro-negra têm uma história única no futebol brasileiro.
Ela começa em 1930, quando o Rubro-Negro conquistou o bicampeonato de forma invicta. Em homenagem ao feito, o meia-esquerda Zinder Lins compôs alguns versos, que eram cantarolados em ritmo de tango por seus companheiros e logo se tornaram conhecidos também pelos torcedores. A letra original era assim:
Athletico! Athletico!
Conhecemos teu valor
E a camisa rubro-negra
Só se veste por amor!Vamos marchar sempre entoando
Esta gloriosa canção
E no peito ostentando
Nosso amado pavilhãoO coração atleticano
deve estar sempre voltado
Para as glórias do presente
E os feitos do passadoA tradição da nossa raça
Nos legou um sangue forte
Rubro-negro não tem jaça
E não teme a própria morteA flâmula vermelha e preta
Representa esplendor
Todos cá desta baixada
A defendem com amorÉ por isso e mais por isso
Que ecoa de Sul a Norte
Todos os homens rubro-negros
Descendem de raça forteA poesia sofreu uma série de adaptações ao longo dos anos e, em 1968, finalmente ganhou uma melodia original. A música foi composta por Genésio Ramalho, dono de uma famosa orquestra curitibana da época e ex-jogador do Furacão, nos anos de 1937 e 1938.
Foi nesta ocasião o hino rubro-negro tomou sua forma definitiva, que todos conhecemos hoje. E o Furacão pode se orgulhar de ser o único clube que tem um hino composto pelo meia-esquerda e pelo ponta-direita da equipe!
Hino do Club Athletico Paranaense
Letra: Zinder Lins
Música: Genésio RamalhoAthletico! Athletico!
Conhecemos teu valor
E a camisa rubro-negra
Só se veste por amorVamos marchar
Sempre cantando
O hino do furacão
E no peito ostentando
A faixa de campeãoO coração atleticano
Estará sempre voltado
Para os feitos do presente
E as glórias do passadoA tradição, vigor sem jaça
Nos legou um sangue forte
Rubro-negro é quem tem raça
E não teme a própria morte. -
1930
O Brasil começa a conhecer o Athletico
1930
O Brasil começa a conhecer o Athletico
Foi em um dia frio do inverno curitibano que o Athletico se apresentou para o cenário nacional do futebol. Depois de conquistar o Campeonato Estadual sem perder nenhum jogo, o Rubro-Negro marcou amistosos com times de outros Estados para manter seu escrete entrosado e com ritmo de jogo.
Foram três jogos naquele ano, sendo o mais importante deles contra o Corinthians. Também campeão estadual invicto, o time pauliusta vinha de um recente triunfo sobre o Vasco, que tinha lhe valido a alcunha de "campeão dos campeões". Feito até hoje registrado no hino do clube alvinegro.
O dia era 21 de julho de 1930. Baixada do Água Verde lotada. O Athletico não decepcionou. Marreco, em mais um dia muito inspirado, marcou seu primeiro tento no jogo, fazendo a alegria da torcida presente.
Depois disso, o que se viu foi um Rubro-Negro muito superior em campo. E nem mesmo os outros dois gols de Marreco, mal anulados pelo árbitro, foram capazes de estragar a festa na arquibancada.
Final: 1 a 0 para o Athletico e fim da invencibilidade da equipe paulista!
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1933
O Time da Raça!
1933
O Time da Raça!
Um jogo que marcou para sempre a identidade rubro-negra! No dia 21 de maio de 1933, o Athletico conquistou uma vitória épica sobre o Coritiba, na casa do rival.
O triunfo por 2 a 1, obtido de forma heroica e diante de todas as adversidades, se tornou uma lenda vermelha e preta: o famoso "Athletiba da Gripe".
Desde esse dia, o Rubro-Negro ficou conhecido como o “Time da Raça”!
Reproduzimos a seguir, na íntegra, o texto publicado pelo jornal "Diário da Tarde", no dia seguinte à partida. Apenas em alguns pontos a grafia da época foi atualizada.
Confira esse registro fundamental da história do Athletico e do futebol paranaense!
A VICTÓRIA DA "RAÇA"!
Numa batalha tempestuosa e emocionante o Coritiba tomba ante a disposição e o sangue forte da gente rubro-negra; 2 a 1 foi a contagem
Estava marcada a data para o primeiro encontro do campeonato curitibano de futebol. Athletico e Coritiba seriam os contendores.
Nos últimos dias da semana que passou, o Athletico viu-se na contingência de pedir à Federação P. Desportos transferência do embate, em virtude de alguns de seus defensores terem adoecido.
A Federação concedia tal transferência, entretanto o Coritiba discordou e fez pé firme para que o embate fosse realizado. O Athletico, nessa situação, dispôs-se a entregar os pontos.
Mais alto, entretanto, falou o sangue da brava pleiade de amadores rubro-negros. E incorporado, na sede do vencedor do Corinthians, o team de Falcine exigiu a realização da peleia. Jogariam de qualquer forma.
Confiante no valor da sua gente, o Athletico completou sua turma com elementos do quadro secundário, com o veterano Marreco, e outros, adoentados.
A recusa do Coritiba e os elementos enfermos dispostos a lutar, dispostos a vencer, foram um sopro de entusiasmo formidável na phalange athletica.
O Athletico foi ao campo de batalha. O enthusiasmo aumentou, o sangue ferveu em suas veias, com Marreco no esquadrão a fazer lembrar os grandiosos triunfos de 29 e 30, o quadro atirou-se à luta sem tréguas, para noventa minutos depois entregar ao pavilhão rubro-negro de gloriosas tradições, os dois primeiros e mais valorosos pontos que conquistou no certame de 33.
Assim se resume a arrancada estupenda de ontem do Club Athletico Paranaense frente à poderosa turma coritibana.
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O campeonato de 1933, iniciou-se transformando o "Estádio Belfort Duarte" em teatro do maior acontecimento da tarde esportiva de ontem. O gramado do Coritiba F. C. apanhou ontem uma enorme assistência, que torceu a valer e o encontro transcorreu, todo ele, disputadíssimo.
Maior sensação causou o embate, dada a grande vitória do Athletico, que sem fazer alarde de sua forma infligiu a seu clássico antagonista uma derrota convincente.
O certame começou, assim, com um soberbo triunfo e uma grave derrota de um dos mais cotados candidatos ao título.
O Coritiba, sem dúvida, jamais podia fazer esperar de si um tão forte tropeço, mesmo porque o C. A. Paranaense, embora treinado, iria apresentar-se em campo desfalcado e com alguns de seus amadores adoentados.
Mas é preciso que se diga: o fracasso do quadro dos calções negros não foi o de um valor medíocre do qual se aproveitou seu adversário. Não. Foi o revés de um conjunto forte diante da potência e da energia rubro-negra.
Foi, pois, o Athletico que se impôs de uma maneira assustadora. O C. A. Paranaense jogou uma partida de mestre, na qual onze amadores mostraram o amor que consagram a seu clube.
Atacando e defendendo com maestria e ardor, mui justamente saíram de campo com os louros do triunfo. É um conjunto de grande moral e que sabe lutar com denodo e com sangue, frente a seus mais perigosos adversários.
Conquistou ontem um belíssimo triunfo.
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A partida, como todos os jogos disputados com tanto ardor e espírito antagônico, fez com que os jogadores ilimitassem a combatividade. Muitos foram os episódios de virilidade e quando a luta requereu esforços, os amadores aplicaram alguma violência.
Dos dois lados a nada se renunciou e mormente no segundo período, quando a sorte da luta ameaçou modificar-se, foi acidentada, esmaltada por lances violentos. Foi em suma um jogo renhidíssimo, disputado a ferro e fogo.
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O C. A. Paranaense a luta com um ardor inexplicável, bastante agressivo, e passados mais ou menos vinte minutos de jogo colheu o seu primeiro ponto, por intermédio de Raul, que aproveitou assim um passe de Mimi, após esse fintar Anjolillo e Pizzatto.
Os coritibanos então reagem e a luta assume proporções gigantescas. E os dois bandos organizam perigosas escaladas, sendo desfeitas pelas defesas que atuam firmemente.
Depois de muita disputa, o Coritiba consegue o tento de empate, através de um forte ataque organizado pelo centro. Levoratto, de posse da pelota, atira cruzado e Alberto tenta a defesa, mas é inútil, a bola vai às redes. Atiram-se com mais ardor à luta os contendores e Anjolillo comete falta próximo à área em Rosa. Marreco bate a falta com precisão e violência conquistando um gol belíssimo e o que garantiu a vitória para suas cores.
Terminou com o resultado de 2 a 1 a primeira fase. A segunda fase foi bem disputada, mas sem alteração no placar, findando então o encontro com o triunfo dos rapazes da camiseta rubro-negra por 2 a 1.
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Do quadro do C. A. Paranaense, Alberto foi uma barreira para os atacantes coritibanos. Deixou-se vencer por uma bola indefensável, mas praticou defesas de sensação.
Zanetti foi um grande back e tirou dos pés de Levoratto duas bolas que eram dois pontos certos. O setor de mais equilíbrio e potencialidade foi a zaga Zanetti e Normando. Preciso atento e rápido, Normando foi um grande bacu e Zanetti, adoentado, superou a expectativa, esteve invulnerável, foi o melhor zagueiro em campo.
O médio de maior projecção foi Falcine, distribuiu com inteligência e precisão. Canoco e Cid foram trabalhadores infatigáveis. Mobilidade, inteligência e seguros no domínio do jogo.
A linha atacante esteve ótima. Levorattinho, que atuou por pouco tempo, não comprometeu. Naná esteve firme tanto na meia quanto na extrema. Produziu perigosas escaladas e arremata bem. Como meia, esteve bem e como extremo foi maravilhoso.
A volta de Marreco ao seu quadro trouxe ânimo novo a sua equipe. Soube não só se destacar por seu jogo animado e incentivo e conquistou um tento de maneira impressionante.
Rosa foi excelente condutor de ataques. Bom carregador, penetrava constantemente na defesa coritibana, causando sérias confusões. Mimi, no primeiro tempo, foi assombroso. Bom atirador, finta com maestria e para com bastante técnica. Firmino, bem marcado, produziu pouco, mas não comprometeu.
Dos coritibanos, o triângulo defensivo teve um apreciável desempenho. Esmanhotto não teve ocasiões de demonstrar a sua classe. Pizzatto, como sempre, foi uma barreira difícil de ser transposta. Foi o melhor homem de sua equipe. Anjolillo agiu discretamente.
Dos médios coritibanos, poderemos dizer que somente Contim atuou regularmente. Ninho, com suas fintas enervantes, prejudicou em grande parte a equipe. Guarany foi muito esforçado. Na vanguarda coritibana, Emílio, no centro, foi pouco efetivo. Abusa muito do jogo pessoal, o que concorreu para atrasar a linha.
Erico cavou muito, mas bem marcado por Canoco pouco fez. E Laudelino agiu a contento, produzindo ótimos centros. O melhor da vanguarda foi Levoratto, um grande valor isolado e bom chutador. Pizzatinho agiu discretamente. Cuka entrou quase no final do encontro e não pode desenvolver atuação destacada.
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Os quadros apresentaram-se assim organizados:
C. A. Paranaense: Alberto; Zanetti e Normando; Canoco, Falcine e Cid; Levorattinho (Naná), Marreco, Raul Rosa, Mimi e Firmino.
Coritiba: Esmanhotto; Anjolillo e Pizzatto; Guarany, Ninho e Contim; Laudelino (Cuka), Levoratto, Emílio, Pizzatinho e Erico.
Athayde, do Palestra Itália, foi o árbitro. Logo após o início, começou a marcar faltas com justiça e o público viu nele um juiz imparcial. Foi um árbitro enérgico e preciso. Esteve ótimo.
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A partida preliminar, travada entre os esquadrões secundários, transcorreu renhidíssima e foi vencida pelo C. A. Paranaense por 2 a 1.
Foi seu árbitro o sr. Ubirajara Lima, do C. A. Ferroviário.
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1934
De volta ao topo
1934
De volta ao topo
Após a conquista do bicampeonato invicto, no fim de 1930, o Athletico passou três anos trabalhando na estruturação do Clube. Em 1934, já era oficialmente proprietário do estádio da Baixada do Água Verde, agora denominado Estádio Joaquim Américo.
Naquele ano, a estratégia da diretoria foi mesclar, na equipe principal, profissionais experientes com jovens promessas. Entre os novatos, o goleiro Caju, de apenas 18 anos, que já mostrava toda a qualidade que o consagraria como a "Majestade do Arco".
E deu certo! Com o time renovado, o Rubro-Negro fez uma grande campanha no Campeonato Paranaense e voltou a conquistar o troféu.
O título foi garantido no dia 23 de dezembro, sem o Athletico entrar em campo. Uma semana antes, no dia 16, o "Time da Raça" havia vencido por 3 a 1 o Nacional, equipe formada por policiais militares. Dois gols de Raul e um de Mimi para o Furacão.
Com vantagem na liderança, o Athletico comemorou, na antevéspera de Natal, o empate entre Ferroviário e Britânia, por 1 a 1. Ninguém mais poderia alcançar o Furacão!
A CAMPANHA
10 jogos
5 vitórias
4 empates
1 derrota
14 gols marcados
10 gols sofridosPrimeiro turno
– 08/04: Athletico 2x2 Britânia
– 29/04: Athletico 2x0 Coritiba
– 13/05: Nacional 1x2 Athletico
– 17/06: Palestra Itália 3x0 Athletico
– 01/07: Athletico 2x1 FerroviárioSegundo turno
– 05/08: Britânia 0x1 Athletico
– 02/09: Coritiba 1x1 Athletico
– 30/09: Athletico 0x0 Palestra Itália
– 16/12: Athletico 3x1 Nacional
– 06/01: Ferroviário 1x1 AthleticoELENCO CAMPEÃO
Goleiro
– CajuZagueiros
– Canoco
– Borba
– BortolottiMédios
– Kormann
– Falcine
– Rosa
– RonaldAtacantes
– Naná
– Mimi
– Raul
– Zinder
– Ceccatinho
– Marreco
– Luiz
– Murilo
– Maranhão
– Motta -
1936
Esquadrão invencível!
1936
Esquadrão invencível!
Na temporada de 1936, o Athletico atingiu novamente o predomínio completo sobre todos os adversários do estado. Com mais uma campanha invicta, o Rubro-Negro se sagrou campeão de forma avassaladora e antecipada, com três rodadas da antecedência!
O auge da campanha perfeita aconteceu no dia 4 de outubro de 1936. Uma vitória sobre o Coritiba por 1 a 0, na antiga Baixada, coroou a conquista de forma irrefutável.
Antes da partida, o troféu já estava assegurado. Após a vitória de 3 a 0 sobre o Ferroviário, no dia 23 de agosto, o Rubro-Negro assistiu de camarote à vitória do Savóia sobre o time da Vila Capanema no domingo seguinte e foi campeão sem entrar em campo.
A torcida festejou em um amistoso contra o Botafogo, no dia 20 de setembro, que terminou empatado em 1 a 1. Uma boa jornada contra uma equipe cheia de feras com presença constante na Seleção, como Aymoré, Carvalho Leite, Russinho e Patesko.
Festa inesquecível
Mas era no clássico que a conquista ganharia um sabor ainda mais especial. No primeiro turno, o duelo no campo do rival havia terminado empatado em 1 a 1. Agora, a invencibilidade rubro-negra era a grande motivação das duas equipes.
Mas a pretensão do rival de tirar do Athletico o status de invicto esbarrou na inexpugnável defesa vermelha e preta. Caju mostrou porque já era chamado de a Majestade do Arco. E dupla de “backs” formada por Zanetti e Ozório foi outraz vez imbatível.
E o gol da vitória veio no segundo tempo. Quem descreve é o seu próprio autor, o atacante Naná, em depoimento ao jornal “O Estado”:
“Vi a oportunidade para chutar. Estava livre, se bem que distanciado. Então, arrematei com o peito do pé, procurando o alto do gol. Mas, não pensei em atingir o alvo, porquanto o ‘keeper’ adversário estava bem colocado. Parece que ele foi o culpado, tendo se adiantado. Aí tem vocês como consegui o gol”.
Deixando de lado a humildade do artilheiro, o fato é que foi um golaço. Um chute de longa distância que pegou o goleiro Ary adiantado e entrou na gaveta!
Era dia de festa na Baixada. Ao final do jogo, a torcida invadiu o campo para carregar nos ombros os heróis de uma conquista imaculada.
Caju, Zanetti e Ozório, os responsáveis pela impenetrável defesa. Kormann, Bibe e Bortoloti, os motores do meio de campo. Os incansáveis Raul e Zinder Lins. O goleador Bento. Os irmãos e craques Cecatto e Cecattinho. E o herói do clássico, Naná.
Ainda faltavam duas rodadas para o fim do campeonato. E a campanha invicta foi confirmada com mais dois triunfos, sobre Britânia e Junak.
Ao final, foram 21 pontos conquistados. Sete a mais que o Ferroviário, o segundo colocado (em uma época em que a vitória valia dois pontos!). Bento foi o artilheiro do certame, com dez gols.
O Athletico ainda confirmaria a condição de melhor time do Estado no começo do ano seguinte, na disputa contra o Operário, o campeão do Interior. Era incontestável!
A CAMPANHA
12 jogos
10 vitórias
2 empates
0 derrota
25 gols marcados
7 gols sofridosPrimeiro turno
– 22/03: Athletico 3x1 Savóia
– 05/04: Athletico 5x0 Junak
– 19/04: Ferroviário 0x0 Athletico
– 03/05: Athletico 2x1 Palestra
– 10/05: Coritiba 1x1 Athletico
– 24/05: Britânia 0x1 AthleticoSegundo turno
– 12/07: Savóia 0x0 Athletico
– 26/07: Palestra Itália 1x2 Athletico
– 23/08: Athletico 3x0 Ferroviário
– 04/10: Athletico 1x0 Coritiba
– 18/10: Athletico 4x1 Britânia
– 25/10: Junak 1x3 AthleticoELENCO CAMPEÃO
Goleiro
– CajuZagueiros
– Zanetti
– OzórioMédios
– Kormann
– Bibe
– Bortoloti
– FalcineAtacantes
– Raul
– Zinder
– Naná
– Bento
– Cecatto
– Cecattinho
– Normando
– Luiz
– Maranhão
– Didi
– Maciel
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