Ninguém aguentava mais aquele novo jejum de 12 anos. Para pôr fim ao sofrimento, o Clube apostou na manutenção da base do ano anterior, com Roberto Costa, Jair Gonçalves, Nivaldo, Bianchi, Lino... E se reforçou com jogadores como Detti, Sérgio Moura, Capitão e uma dupla que, de início, foi vista com certa desconfiança: Washington e Assis.
O resultado não poderia ter sido melhor. O Furacão conquistou o troféu de forma implacável. Foram 22 vitórias, 15 empates e apenas duas derrotas, com 70 gols marcados e 25 sofridos. Uma superioridade vista do início ao fim do campeonato. A final foi contra o Colorado acabou com o placar de 4x1 para o Rubro-Negro, novamente campeão!
Com um time entrosado e uma dupla de ataque praticamente imparável, o Athletico quase conseguiu o inédito título do Campeonato Brasileiro, se consagrando como o terceiro melhor time do Brasil naquele ano.
Depois de se classificar bem na fase de grupos, o Athletico começou a fase final eliminando o forte time do São Paulo, nas quartas de final, com duas ótimas vitórias: 2x1 e 1x0.
A semifinal seria contra o grande time do Flamengo, com Zico e companhia. O primeiro jogo foi melhor para os rubro-negros cariocas, que balançaram a rede três vezes e abriram uma vantagem de 3x0.
No segundo jogo, a torcida rubro-negra superlotou o Couto Pereira, registrando o maior público de todos os tempos no futebol paranaense: 67.391 pessoas. O Furacão, precisando do resultado, não se acovardou, foi para cima e as coisas começaram a funcionar.
O Athletico fez 2 a 0, com dois gols de Washington. Por um momento, todos pensaram que aquela seria a grande virada da história do Clube. Mas o Flamengo conseguiu segurar a vaga. Final: 3x2 no placar agregado.
Após a brilhante campanha no Brasileirão, o Rubro-Negro não conseguiu segurar seus principais jogadores. Washington, Assis, Roberto Costa, Lino... Muitos craques daquele time fizeram as malas e partiram para centros maiores do futebol brasileiro.
Mas o Furacão não abriria mão de lutar pelo bicampeonato. Chegaram Sotter, Celso, Heraldo, Cristóvão e Renato Sá. E das categorias de formação, subiu um garoto que escreveria seu nome na história do clube: Joel.
Com uma campanha regular, o Rubro-Negro garantiu sua vaga no quadrangular final e, posteriormente, na grande decisão, contra o Coritiba. E no primeiro jogo da final, Joel marcou o único gol e deixou o Furacão em vantagem.
A partida decisiva aconteceu no Couto Pereira completamente lotado. E logo no começo do jogo, Joel deixou sua marca novamente, para delírio do povão rubro-negro. Os coxas ainda empataram, nos minutos finais, mas o 1x1 era suficiente: Furacão bicampeão!
Comandado pelo técnico Otacílio Gonçalves, o Furacão venceu os dois turnos. Campeão antecipado, impedindo a realização do quadrangular final!
A partida que garantiu o troféu foi contra o Londrina e quase 20 mil pessoas inundaram de vermelho e preto o Estádio Joaquim Américo. A vitória rubro-negra por 3x0 e grande festa da torcida, que invadiu o campo para comemorar.
O estádio ainda receberia alguns poucos jogos no ano seguinte. Mas aquela festa foi a verdadeira despedida do antigo Caldeirão. A partir de 1986, o Clube se lançaria na ingrata aventura do Pinheirão.
Foi o último título comemorado pelo Athletico com uma camisa com listras horizontais. Depois de altos e baixos nos dois turnos, Athletico Paranaense e Pinheiros garantiram a vaga para a grande final.
O primeiro jogo terminou 1x1, na casa do adversário, com gosto de vitória para o time rubro-negro. No segundo, o ânimo do time mudou com o apoio da torcida, mas o placar não: 0x0 e decisão para o terceiro jogo.
A partida, no Pinheirão, foi truncada e disputada do início ao fim, com o Athletico dominando as ações. Até que Maguinha, completando cruzamento de Serginho, tirou o grito de campeão das gargantas da torcida do Furacão!