O jejum de títulos acabou em 1970, quando a máquina rubro-negra comandada por Djalma Santos e Sicupira foi campeã do Campeonato Paranaense.
O início não foi nada fácil e o Athletico começou perdendo para o União na primeira rodada, por 2x0. Depois, foi derrotado também por Londrina e Paranaguá. E para aumentar ainda mais a pressão, por outro lado, todos colocavam o Coritiba como grande favorito para levantar a taça.
O que ninguém contava era com a força da torcida do Furacão, que mesmo em meio à maior crise da história do Clube, lotava os jogos com festa e apoio aos atletas. Muitos afirmam que essa atitude da torcida foi o grande combustível do time durante todo o campeonato. E esse combustível começou a fazer efeito justamente no primeiro Atletiba do ano: 1x0 para o Rubro-Negro.
Depois disso, o time rubro-negro conseguiu uma surpreendente ascensão no campeonato, conquistando a vaga no hexagonal. Depois de chegar lá, nada tiraria aquele troféu do Athletico. E não tiraram mesmo. A conquista do título veio na última partida, em Paranaguá, contra o Seleto. E foi um show do time rubro-negro, que balançou o barbante quatro vezes e tirou o grito de campeão que estava entalado na garganta da torcida.
Ninguém imaginava que aquele apito inicial no dia 5 de novembro de 1978 seria o começo de uma história que ficaria para sempre na memória da torcida rubro-negra.
O jogo era contra o Colorado, em pleno Estádio Joaquim Américo, e o placar já mostrava 4x0 para os visitantes. A tragédia em casa era tão eminente que os torcedores rubro-negros nem se deram ao trabalho de esperar o apito final e começaram, já aos 25’ da segunda etapa, a abandonar o estádio.
O que ninguém esperava era que um herói pouco provável mudaria os rumos do jogo e entraria para a história. Aos 30 minutos, Ziquita fez o que parecia ser o gol de honra. Mas não era.
Quatro minutos depois, Ziquita balançou a rede pela segunda vez. Os gritos da torcida, que a essa altura já esquecia a derrota, fez com que alguns torcedores voltassem para a festa que se iniciava.
E Ziquita queria mais. Bola roubada na saída, contra-ataque, Ziquita, gol! Como disse um bom torcedor: “perder assim, valia a pena”!
Mas Ziquita não queria perder, não no dia que se consagraria herói. E assim, inspirado, empolgado, empurrado pela torcida, foi lá e guardou o quarto gol. E a lenda só não é maior porque o travessão parou sua cabeçada no último lance da partida. Final: 4x4 e um novo ídolo na Baixada.
Azar de quem saiu mais cedo.