Mal terminamos de comemorar a vaga inédita para a Libertadores e já tivemos que organizar outra festa. E dessa vez, na casa nova.
Era o começo de um novo milênio e o Athletico havia conseguido montar um time bem competitivo. Prova disso foi o Campeonato Estadual, onde o time rubro-negro sobrou, do início ao fim, classificando-se para a final com certa vantagem.
Como era de se esperar a essa altura do campeonato, a final seria entre os dois maiores times do Estado novamente. Realidade que só fazia aumentar a rivalidade entre Athletico e Coritiba a cada ano.
Outra coisa que era de se esperar foi o resultado. Por ter melhor campanha, o Furacão tinha a vantagem do empate. Melhor para nós, porque os dois Atletibas acabaram com o marcador exatamente igual. Mas só o maior time do Estado levantou a taça de campeão!
Primeira festa na casa nova!
Com as conquistas dos anos anteriores, o Furacão começava Século XXI em um novo patamar. Estádio novo, centro de treinamentos, consolidado na Série A do Brasileiro, boa campanha na Libertadores, novamente campeão estadual... Mas poucos imaginavam que o maior sonho dos atleticanos estava prestes a se tornar realidade.
O primeiro semestre terminou com mais uma festa rubro-negra: bicampeão paranaense! O título veio após uma decisão emocionante contra o Paraná Clube. Na última partida, um empate em 2 a 2 garantiu o título, com gols de Adriano e Donizete Amorim. Em dois anos, dois troféus levantados na nova Arena!
A torcida estava cheia de expectativas positivas para o Brasileirão. Mas a realidade superou todas elas. O time começou o campeonato com tudo, mas uma sequência ruim fez a diretoria trocar o comando técnico. Saiu Mário Sérgio, entrou Geninho. E a partir daí, o time engrenou de vez, terminando a primeira fase na segunda posição.
Era a hora do mata-mata e o primeiro adversário foi o São Paulo. E o time do jovem Kaká não foi páreo para Cocito, Kléber, Alex Mineiro e companhia: 2 x 1 para o Furacão!
Na semifinal, outro tricolor. O Fluminense bem que tentou, dificultou ao máximo, Mas em uma tarde inesquecível, Alex Mineiro marcou três vezes, em uma partida cheia de reviravoltas, e garantiu a vitória rubro-negra por 3 x 2.
O adversário na decisão não era um dos considerados “grandes” pela imprensa nacional. Mas o São Caetano vinha de um vice-campeonato no ano anterior e tinha terminado a primeira fase na liderança. A final reunia, com plena justiça, os dois melhores times do campeonato.
No primeiro jogo da grande final, em uma tarde mágica, o Caldeirão ferveu como nunca. Foi um jogaço, com duas viradas no placar e vitória de 4 a 2 para o Furacão. Um gol de Ilan e três dele: Alex Mineiro.
Para sacramentar o título, faltava apenas o jogo de volta, em São Caetano do Sul. E no dia 23 de dezembro, a torcida atleticana transformou o estádio Anacleto Campanella em uma filial da Baixada e assistiu a mais uma vitória rubro-negra: 1 x 0! Gol de quem? Alex Mineiro!
Uma festa nunca vista se espalhou por Curitiba e por todo o Paraná. Enquanto o time erguia o troféu, milhões se emocionavam de leste a oeste do estado. O Furacão era o melhor do Brasil!
Campeonato com formato novo. Diversos times do Interior disputaram quatro vagas na fase final. Apenas um supercampeão do Paraná: Athletico Paranaense.
Em 2002, para a disputa do certame estadual, ficou definido que os quatro melhores times do Estado, na época Athletico, Coritiba, Paraná e Malutrom, disputariam apenas o quadrangular final, contra os quatro melhores do Interior, definidos através de jogos na primeira fase.
No caminho até a final, o Furacão passou por Grêmio Maringá, Coritiba, Prudentópolis e Iraty, já na semifinal. A disputa da taça ficou entre o Rubro-Negro e o Paraná Clube. O time da Vila Capanema tinha a vantagem do empate. Mas isso não chegou nem perto de acontecer.
No primeiro jogo, em uma Arena da Baixada lotada, o atacante Kléber resolveu decidir tudo sozinho e anotou quatro tentos para o Athletico. Isso mesmo. Diante de um Caldeirão lotado, Kléber marcou gol de tudo quanto foi jeito e a partida terminou 6x1 pra nós!
Depois disso, o Athletico sabia que o título estava garantido. Nem mesmo o 4x1 para o Paraná Clube na segunda partida estragou a festa que havia começado na semana anterior.
O Athletico era supertricampeão paranaense!
No Campeonato Brasileiro, disputado pela segunda vez no sistema de pontos corridos, o Furacão chegou muito próximo de conquistar sua segunda estrela dourada! O timaço rubro-negro tinha craques como Diego, Marinho, Marcão, Denis Marques, Fernandinho, Jadson, Dagoberto, Washington...
Brigamos ponto a ponto com o Santos, até a última rodada. No caminho, grandes goleadas, apresentações de gala, golaços e alguns tropeços inexplicáveis, que nos custaram o título no final.
Washington se consagrou como o maior artilheiro da história do Brasileirão. E o Furacão teve que se contentar com o vice e com uma nova vaga na Libertadores.
Depois de fazer um grande Campeonato Brasileiro no ano anterior, o Athletico começou 2005 decidido a voltar a erguer taças. A do Paranaense era o primeiro objetivo.
Mantendo um bom nível técnico durante toda a competição, Athletico e Coritiba tiveram praticamente os mesmo resultados, com o Rubro-Negro tendo melhor campanha apenas pelo saldo de gols, colocando-os mais uma vez frente a frente em uma final.
O primeiro jogo teve mando e vitória do Coritiba pelo placar mínimo. 1x0 em um jogo novamente disputado e muito pegado. No jogo de volta, em uma Arena lotada, o Atlético se lançou ao ataque. Aquela taça virara obsessão. O time rubro-negro levou a melhor em casa, conseguindo a vitória, porém também pelo placar mínimo. 1x1 no agregado e decisão nos pênaltis! A emoção era o ingrediente principal no Caldeirão.
Logo na primeira cobrança, o jogador do rival isolou a bola e preparou o grito de campeão em milhares de gargantas ansiosas. Minutos depois, a consagração. Reginaldo perdeu mais um pênalti e Lima, ex-Coritiba, não desperdiçou. Chute forte, no canto!
Após a grande campanha no Brasileirão do ano anterior, a torcida tinha a expectativa de uma boa participação na Copa Libertadores. Mas a disputa começou com um susto e uma classificação sofrida em um grupo que também tinha o paraguaio Libertad e os colombianos Independiente Medellín e América de Cali.
Nas oitavas de final, o Furacão enfrentou o Cerro Porteño. A primeira partida, em Curitiba, teve vitória rubro-negra por 2 a 1. Na volta, em Assunção, o mesmo placar, mas para o time paraguaio. O desempate foi nos pênaltis e daí quem brilhou foi o goleiro Diego, que defendeu uma cobrança paraguaia e garantiu a vitória por 5 x 4.
As quartas de final tiveram um confronto com gosto de revanche. O adversário foi o Santos, campeão nacional em 2004. No primeiro duelo, em um jogaço no Caldeirão, o Rubro-Negro derrotou o time de Robinho e companhia por 3 x 2, com gols de Evandro, Marcão e Lima. E na volta, em plena Vila Belmiro, o Furacão voltou a soprar: 2 x 0, com dois gols de Aloísio.
A semifinal foi contra os mexicanos do Chivas Guadalajara. Embalado, o Athletico não deu chances ao adversário na primeira partida: 3 x 0 na Arena, com gols de Aloísio, Fernandinho e Fabrício. A volta foi no estádio Jalisco, palco da Copa de 1970. E a classificação para a grande decisão veio com um empate em 2 x 2, com Lima marcando duas vezes.
Pela primeira vez, o título da Libertadores seria decidido em um duelo entre dois clubes brasileiros. O adversário era o São Paulo. Mas o momento histórico foi manchado por uma manobra de bastidores, que impediu o Furacão de jogar em seu estádio a primeira partida. Obrigado a mandar a partida no Beira-Rio, em Porto Alegre, o time rubro-negro ficou no empate em 1 x 1. E no jogo final, no Morumbi lotado, o Athletico acabou superado pelo rival.
A frustração foi grande, principalmente pela forma injusta como o campeonato foi definido. Mas ficou a lembrança do ano em que o Furacão mostrou sua força em todo o continente. E a certeza de que, se tivesse contato com a força do Caldeirão, a história poderia ter sido diferente.
Para fechar como o maior campeão da década, o Athletico Paranaense entrou com foco máximo no Estadual.
Depois de mais um campeonato extremamente equilibrado, um desfecho um tanto quanto inusitado. O Cianorte foi o último adversário da fase final, na Arena.
Como era de se esperar, a partida foi extremamente pegada, com o Athletico tomando a iniciativa os 90 minutos e o Cianorte tentando se segurar, fosse com o time todo na defesa ou parando ataques com faltas. A diferença era tanta, que o gol parecia inevitável. E foi mesmo.
Já nos acréscimos da primeira etapa, Wesley fez o primeiro do Furacão, tirando um peso das costas de todo o time. O time voltou para o segundo tempo mais tranquilo e logo ampliou o placar, com Rafael Moura, o artilheiro da temporada, batendo pênalti.
Com o balanço da rede, os gritos de “campeão” escaparam das gargantas rubro-negras!