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Mário Sérgio é o novo treinador do Furacão

Luciana Pombo, da Arena – O treinador Mário Sérgio Pontes de Paiva é o novo técnico do Clube Atlético Paranaense. Ele chega na quarta-feira à tarde e quer ser apresentado no mesmo dia para os atletas profissionais, mesmo os que estão no Departamento Médico. "Quero saber quem é quem. Preciso saber do grupo o que eles pretendem, o que querem deste campeonato, quais dificuldades que estão enfrentando. Antes vou saber quem é quem. Depois vou buscar aprimorar a parte técnica", avisou o novo treinador.

O Atlético Paranaense não é novidade para Mário Sérgio, que foi técnico do rubro-negro paranaense em 2001 e entre os anos de 2003 e 2004. "Está faltando um título na minha trilogia dentro do Atlético Paranaense. Em 2004, perdemos um título que até hoje não me conformo. Fico feliz por poder voltar ao rubro-negro".

Mário Sérgio já fez de tudo: jogou futebol entre 1969 e 1987, depois se tornou comentarista de televisão. A primeira experiência como técnico foi em 1993, no Corinthians. Passou por outros clubes como o São Paulo, o São Caetano, o Figueirense e o Botafogo. Acompanhe abaixo a entrevista exclusiva do treinador ao Site Oficial.

 
 Mario Sergio comandará o Atlético Paranaense pela terceira vez
 Foto: Divulgação

O que te motivou a voltar para o Atlético Paranaense?

Sou muito amigo do Dr. Mario Celso Petraglia. Tenho por ele grande estima e consideração. Um pedido dele é quase uma ordem para mim. Além do mais, fui treinador do Atlético em 2001 e depois entre 2003 e 2004. Está faltando um título para essa trilogia. Fico feliz por poder agora ir atrás deste título em 2008 e 2009. Em 2004, perdemos um título que até hoje não me conformo. Além disso, temos as manifestações positivas da torcida que tenho acompanhado pelos sites e pelos jornais. Elas são um grande motivo de alegria.

Sei que está longe daqui, mas tem acompanhado os jogos do Campeonato Brasileiro. Dá para saber o que está faltando ao Atlético Paranaense?

É muito difícil fazer uma avaliação quando se está longe. Seria até leviano de minha parte. Eu jamais falaria algo sem base, gosto de manter meu discurso dentro da ética. Eu tenho pavor quando vejo uma pessoa esbravejando e falando sobre algo que não conhece. Quero conversar com todos os jogadores, sem exceção. Quero ver de perto o que está ocorrendo. Minha tônica sempre foi essa: olho no olho!

Primeiro é necessário conhecer a equipe para depois atuar na parte técnica?

Sem dúvida nenhuma. A primeira coisa que quero fazer quando chegar é conhecer todos os meus jogadores. Inclusive os que estão no Departamento Médico (DM). Posteriormente vou planejar o método de trabalho. Primeiro saber quem é quem, o que o grupo pretende, o que quer. O Atlético tem estrutura de Primeiro Mundo, a melhor do Brasil. Não é possível que os jogadores estejam passando pela situação atual.

Você pega uma equipe que está na 16.a colocação do Campeonato Brasileiro e no início do Segundo Turno. Tem como tirar o Atlético Paranaense da incômoda situação e ainda conseguir levá-lo para o G4 – por exemplo?

Claro que sim. Vamos procurar buscar nossos objetivos. Prometer para o torcedor que vamos chegar no G4, não posso. Até porque não sou político. Mas vou buscar resultados suficientes para isso. Em 2003, cheguei no Atlético com risco de rebaixamento e terminamos em 11.o lugar. Naquela época não era diferente de agora. Basta motivação e querer.

 
 Treinador acredita que a equipe brigue por vaga na Libertadores
 Foto: Divulgação

Acha que pode estar faltando motivação?

Não sei se é isso. Mas uma coisa pode ter certeza: não serei descortês com os jogadores. Se eu perceber qualquer problema interno, irei discutir internamente.

Muitos dizem que o problema do Atlético Paranaense é ter muitos meninos da base. Como você vê isso? É problema?

O atleta quando vem da base vem mais pronto como homem e como profissional. Se temos uma grande estrutura no Atlético Paranaense, não tem como esses garotos não chegarem no profissional com todos os fundamentos de futebol muito bem resolvidos. Têm que saber técnica e tática de jogo, têm que estar bem dotado fisicamente, com grau de exigência adequado.

E psicologicamente, esses garotos estão preparados para a pressão da torcida na Arena?

A torcida pode influir positiva ou negativamente. Torcedor não gosta quando o time é fraco, quando não joga com força e com raça. A torcida do Atlético é como a do Corinthians. É aguerrida, brigadora. O time tem que ser assim também, tem que ter força e garra. Temos que ter o perfil da torcida.

A imprensa normalmente cobra que Mario Sérgio sempre monta bons times, mas não ganha título. É difícil trabalhar com isso?

Vamos lá: quantos técnicos têm títulos importantes? Nem falo estadual, quero saber títulos brasileiros. No máximo cinco treinadores têm. E eles vão bem num ano, e não conseguem repetir isso no outro. É normal. Vou trabalhar por título e vou implementar minha marca de trabalho que é sempre de muita disciplina e leitura tática.

Confira a ficha técnica de Mario Sergio 

Mario Sergio Pontes de Paiva
Data de Nascimento – 07/09/1950
Local – Rio de Janeiro – RJ

Clubes como treinador: Vitória (1987/2001), Corinthians (1993-95), São Paulo (1998), Atlético Paranaense (2001/2004), São Caetano (2002-2003), Atlético Mineiro (2004), Grêmio (2004), Figueirense (2007) e Botafogo (2007).

Títulos (como atleta): Campeonato Baiano (1972), Campeonato Carioca (1975), Campeonato Brasileiro (1979), Campeonato Gaúcho (1981/1984) e Campeonato Mundial de Clubes (1983).