Clube

12/12/18

Créditos: Cahuê Miranda/Site Oficial

Virou tatuagem, senha de celular, acesso da conta no banco… 12/12/18. As lembranças daquele dia durarão para sempre. E incontáveis vezes vão fazer os athleticanos se emocionarem, relembrando uma noite épica.

Épico é um adjetivo que não serve para definir o que vivemos naquela noite. Aquela noite quente no Caldeirão lotado foi mais do que isso.

Foram tantas reviravoltas… Quantas vezes pensamos que não daria certo? Que o sonho continental nos escaparia, sob o olhar de 40 mil rubro-negros?

E se contassem para nós desse medo, dessa angústia, horas antes do jogo, não acreditaríamos. Ah, não mesmo. A confiança era grande. Depois do empate na Colômbia, bastava uma bola na rede para fazer a festa e levantar a taça em casa.

Desde a recepção histórica ao nosso ônibus, que ferveu a Rua Brasílio Itiberê, tudo parecia que ia dar certo. E quando a bola rolou, as coisas pareciam que iriam mesmo fluir naturalmente. Pablo colocou a bola na rede no primeiro tempo, aproveitando a desatenta zaga do Junior.

O Caldeirão explodiu! O título seria nosso!

Mas se a história fosse tão “simples” assim, eu não estaria aqui escrevendo esse texto em uma noite de segunda-feira, emocionado ao relembrar aquela noite. Não, não era para ser fácil. E foi perfeito do jeito que aconteceu.

No comecinho do segundo tempo, o Pablo até teve uma boa chance para marcar o segundo gol. Mas parou por aí. Os colombianos cresceram. E empataram aos 12’.

Ok, tinha muito jogo pela frente. O time iria voltar com tudo para cima. Mas, calma, olha aí o Junior Barranquilla quase fazendo o segundo…

O título seria nosso?

A tensão tomou conta. Da torcida, dos jogadores.

Veio a prorrogação. O tempo passou. Nada. Nada daquele gol salvador, do alívio da torcida athleticana.

E no segundo tempo do tempo extra, aconteceu o lance. “O” lance que certamente ficará para sempre na nossa memória, mais do que muitos gols.

Toque em profundidade na nossa área e o Santos não conseguiu parar. Fez o pênalti.

Thiago Heleno com as mãos na cabeça. Parecia o fim da linha. O título não seria nosso.

Depois daquele lance, restaria pouco tempo. Era definitivo. O que acontecesse ali, decidiria aquela final. Já vieram os pensamentos sobre o dia seguinte. Aquela ressaca. Uma noite que parecia perfeita teria que ser esquecida na marra.

Depois disso, vieram as preces. A pontinha de esperança que o jogador do Junior Barranquilla (que hoje sabemos o nome de cor) sucumbiria às vaias do Caldeirão.

O momento da corrida de Barrera até a bola subir durou uma eternidade, mas as sensações de alívio e felicidade nunca serão esquecidas!

Ok, muita gente nem viu. Tiveram aqueles que apenas escutaram a reação do Caldeirão, com as mãos cobrindo o rosto. Ou mesmo ficaram nos corredores, prontos para deixar o estádio à beira do desastre eminente.

A reação do Bergson, naquela filmagem de trás do outro gol, diz tudo! Vou até dar uma pausa na escrita do texto para ver esse momento mais uma vez…

O Caldeirão estava em festa de novo! A confiança tinha voltado.

Alívio, felicidade, esperança. O título seria nosso!

A prorrogação terminou. Vieram as cobranças de pênaltis. A decisão avançava madrugada adentro. Mas todo mundo estava tão vidrado que o tempo era o de menos. Nada mais importava. Era só ali, aquele momento. Aquele título.

Eles começaram batendo. E converteram. A tensão parecia que não ia terminar. Depois, veio o Jonathan. Bola no canto esquerdo do goleiro. Ufa!

E então, Fuentes foi cobrar. Os olhos dos 40 mil viram em câmera lenta a bola parar na trave esquerda de Santos. Que trave abençoada!

A festa começou a tomar forma com a cobrança perfeita de Raphael Veiga. Estávamos na frente! O título seria nosso e estava ficando mais perto!

Na terceira série, Santos quase defendeu. Bergson também fez o dele.

E aí, chegou a hora do craque adversário cobrar. Téo Gutiérrez. Diz a lenda que os craques ficam marcados em momentos como esse, nem sempre da forma mais feliz. Dito e feito. A bola viajou mais uma vez para as arquibancadas da Buenos Aires Inferior!

Era só fazer! Renan Lodi pegou a bola. Expectativa. Mas… não era para ser fácil. Não era para ser da nossa promessa.

Definitivamente, era uma noite para a história. Uma noite de muitas histórias.

O goleiro do Junior fez e Thiago Heleno pegou a bola. Última cobrança. O céu ou o inferno. E logo nos pés dele, um símbolo do Furacão nos últimos anos.

A bomba do General estufou as redes do Caldeirão e explodiu de alegria a torcida rubro-negra. Agora sim, definitivamente.

O título era nosso!

Quem viveu esse dia, eu posso apostar: nunca mais foi o mesmo. O Athletico, agora com H, era campeão continental! A nossa casa estava para sempre na história sul-americana. O 12/12 estava tatuado nos nossos corações.

Comentários

Skip to content