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Celso Cordeiro: “Avaliações periódicas”

Perder um Atletiba sempre mexe com a gente, especialmente quando se sabe que o Furacão ostenta uma posição de superioridade no cenário nacional em relação ao rival em vários aspectos. Nos clássicos, nos confrontos diretos, porém, não tem sido feliz nas últimas partidas. Nada que assuste, mas que chateia, isso chateia.

Não é o caso de se fazer terra arrasada em face de uma derrota. Mas a forma como o time se portou exigiria providências imediatas, que foram tomadas com a contratação de um novo treinador. Nem falemos mais do jogo de domingo, uma péssima partida onde as peças falharam e a derrota foi iminente.

É claro que o Coritiba vive um melhor momento, representado na diferença de pontos que impôs ao Furacão neste campeonato. Uma derrota como destas, porém, consolida pontos que exigem imediatas providências, para que as coisas possam fluir positivamente nas principais competições do ano, já a partir desta quarta na estréia da Copa do Brasil em Rio Branco, capital do Acre.

Apesar da insatisfação, há uma aparente tranquilidade. Nesta hora de derrota, porém, logo vem aquela turminha, que diz que não houve planejamento, que tudo vai ter que ser refeito, que está tudo errado, etc. e tal. É a conversa de sempre. São clichês que restam repetidos, quando alguma situação não sai a contento. Na verdade, tem que ser dito, que o planejamento foi feito, mas evidentemente ele pode não ter dado certo num primeiro momento. Mas todo planejamento feito para um ano, necessita de avaliações periódicas. Poucas vezes se viu um clube de ponta fazer um planejamento em dezembro, que se consolide integralmente 12 meses depois.

O planejamento atleticano estava sujeito a avaliações periódicas e a primeira delas, já veio com a sequência de maus resultados do time, sob o comando de Sergio Soares. A segunda avaliação, sem dúvida, teria que ser após a derrota e a apresentação do time no clássico de domingo. E será assim, a cada nova etapa ou sequência de bons ou maus resultados. As avaliações são periódicas, sempre se buscando o melhor, mas efetivamente, por óbvio, se tiver que errar que seja agora, no campeonato paranaense.

Na temporada passada, o time terminou bem o ano de 2010, 5º colocado no brasileiro, mas lembro que não teve um bom começo. Já, neste 2011, o clube se viu obrigado a negociar jogadores, que compuseram uma sólida base defensiva no brasileiro passado. E olha, que a base era composta por jogadores como Chico e Rhodolfo, que antes do time afinar, vinham recebendo severas críticas de vários analistas e torcedores, mas que depois, tiveram que se curvar ante a eficiência do futebol de ambos.

Quero dizer com isto, que se a reposição ainda não trouxe os resultados esperados, não vejo motivo pra tanto alarde, pois se não deu certo o comando técnico, se não deu certo este ou aquele jogador, há tempo suficiente para que erros de avaliação sejam corrigidos e dentro do campeonato paranaense. O time perdeu um turno, foi mal, muito mal mesmo no jogo decisivo, mas a casa não caiu. Nem o Coritiba ganhou o campeonato, nem o Atlético perdeu o título. Não me parece que seja caso pra tanto estardalhaço. Claro que é ruim perder para o rival. Claro que é ruim não quebrar um tabu que teima em não cair. Mas não é porque perdeu um jogo onde foi muito mal que vai ser rebaixado no brasileiro, até porque ao que me consta, o Atlético Paranaense não tem tradição de jogar a segunda divisão.

Ver os coxas brancas comemorarem um tabú e uma vitória por 4 x 2, deixa os atleticanos enfurecidos, mas nem por isso tem que haver uma revolução ou a queda da bastilha. A composição do time no Atletiba, não foi satisfatória e mesmo as modificações processadas não surtiram o efeito desejado. Em decorrência disto, a derrota foi inevitável.

É inegável, porém, que se o time tem falhas, também tem bons jogadores, capazes de reverter uma situação. É certo, porém, que reforços pontuais deverão ser contratados, seja para buscar o título estadual, seja principalmente para o campeonato brasileiro.

A direção agiu rapidamente após a derrota e contratou Geninho para comandar a equipe. Várias manifestações, uns que gostaram, outros que criticaram. Absolutamente normal. Quando se alardeava a respeito das sondagens sobre Falcão, por exemplo, um turbilhão de críticas foram despejadas de todos os lados, com afirmações descabidas de que o cara não era treinador, e que nunca ganhou nada. Com Geninho também é assim, apesar da grande identificação que tem com as cores rubro negras, as críticas são naturais.

Havia expectativa de outros treinadores, mas entendo, que a direção trouxe um treinador que verdadeiramente conhece a casa, um campeão brasileiro, que tem todas as condições de planejar e organizar o time, para recuperar rapidamente o terreno perdido. Vencer o returno do paranaense e alcançar fases da Copa do Brasil e já partir célere para uma grande campanha no Brasileiro, são as metas principais.

Se criticavam porque Falcão não tinha títulos, Geninho os tem e, inclusive, o principal da história atleticana, de modo que capacidade não lhe falta. A hora é de apagar este foguinho que surgiu pela derrota no clássico, e partir para um planejamento definitivo para o restante do ano, obviamente com avaliações periódicas.

Que Geninho seja bem vindo para mais uma empreitada, quiçá vitoriosa!

Celso Cordeiro
twitter.com/celsocordeiro22
advcord@gmail.com

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