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BID pode emprestar até R$ 19 bi ao Brasil nos próximos quatro anos
O Brasil é o maior cliente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A participação representa 20% do total, o que torna o Brasil além de tomador de recursos, sócio com mais capital. O financiamento brasileiro representa um montante de R$ 21 bilhões (US$ 13,3 bilhões). O valor contempla uma carteira de 226 projetos que estão em execução, preparação ou negociação. A expectativa é que o volume para os próximos quatro anos varie entre R$ 17 bilhões e 19 bilhões para os setores público e privado. Entre 2011 e 2014 a estimativa é que sejam aprovados de 80 a 100 novos empréstimos.
O economista do BID em Brasília, Bruno Saraiva, reconhece que apesar de receber a maior fatia de financiamentos, o montante é insuficiente para atender a demanda brasileira. “O BID é pequeno em relação ao Brasil. Toda a dívida tomada representa apenas 0,7 do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro”, comentou.
Nesse sentido, a equipe técnica do BID – com recursos próprios e de terceiros sob gestão da instituição – vai se mobilizar para apoiar diferentes demandas do país e também para promover estudos. “Não colocamos só dinheiro. Também tem elemento qualitativo que também é importante como contribuição. Além dos recursos financeiros, colaboramos com recursos humanos, reconhecimento e capacidade social para desenvolver projetos mais impactantes e mais eficientes”, argumentou Saraiva.
Segundo o economista, nos últimos cinco anos houve uma mudança na composição da carteira de crédito que aumentou a participação de empréstimos a estados e municípios. “Os estados e municípios representam cerca de 75% do total tomado”, calculou. Nesse período, o volume de aprovação do BID ao Brasil foi de R$ 16,1 bilhões (US$ 10,2 bilhões).
Desse total, a maior fatia foi destinada às micro e pequenas empresas, que garantiram R$ 6,2 bilhões (US$ 3,95 bilhões). Em seguida aparece a área de transporte, com R$ 3,2 bilhões (US$ 2 bilhões). O financiamento ao setor de desenvolvimento urbano e integrado somou R$ 2,4 bilhões (US$ 1,5 bilhão). Projetos destinados à melhoria de água e ao saneamento básico receberam R$ 2,1 bilhões (US$ 1,3 bilhão).
Foram destinados R$ 1,2 bilhão (US$ 750 milhões) para programas de energia, R$ 553 milhões (US$ 350 milhões) para o turismo e R$ 426 milhões (US$ 270 milhões) para programas ligados ao meio ambiente. Meio Ambiente. A área social recebeu a menor quantia, apenas R$ 237 milhões (US$ 150 milhões) do total tomado pelo Brasil. No entanto, em 2004, R$ 1,58 bilhão (US$ 1 bilhão) foi destinado ao seguimento por conta do Programa Bolsa Família. Para os setores menores foram distribuídos R$ 1,7 bilhão (1,1 bilhão).
Na avaliação do economista do BID, a expectativa é que os próximos anos contemplem os setores que tiveram menor recursos nos últimos anos. “Vamos aumentar os empréstimos na área social e na educação, que são setores que não tiveram peso grande nos últimos anos. A expectativa é que, se o BID conseguir orçamento maior, possa emprestar volumes mais significativos”, finalizou Saraiva.
Entre os projetos contratados destaca-se o aporte do BID para o segundo convênio da linha de crédito condicional do programa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de apoio às micros, pequenas e médias empresas, orçado em R$ 1,58 bilhão (US$ 1 bilhão). Outro financiamento importante é para a terceira etapa do programa de despoluição do Rio Tietê, em São Paulo, que ficou em R$ 948 milhões (US$ 600 bilhões). A capital paulista também tem um empréstimo para as obras de expansão da Linha 5 do metrô no valor de R$ 758 milhões (US$ 481 milhões).