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Campeão em 1988, Carlos Pracidelli relembra título e fala sobre o retorno ao Furacão
Títulos não faltam no currículo dos integrantes da comissão técnica do Furacão. Junto com Luiz Felipe Scolari, os auxiliares Carlos Pracidelli e Paulo Turra trouxeram a experiência de grandes conquistas para o já qualificado staff rubro-negro.
Carlos Pracidelli está com Felipão há 25 anos. Ao lado de um dos técnicos mais vitoriosos do futebol internacional, já comemorou até mesmo a conquista de uma Copa do Mundo, além de muitos troféus nacionais e internacionais.
Mas entre tantas taças conquistadas, Carlão tem um carinho especial por um título vencido ainda como atleta. E vestindo a camisa rubro-negra!
Ex-goleiro, Carlos integrou o elenco do Athletico na conquista do Campeonato Paranaense de 1988. E mesmo sem ser um dos protagonistas daquele grande time, teve papel importante para aquela histórica conquista atleticana.
“Eu cheguei ao Athletico no início de 1988. O treinador era o Nelsinho Baptista e nós havíamos jogado juntos em 1983, no Juventus de São Paulo. Depois disso, o Nelsinho encerrou a carreira de atleta e passou a ser técnico. E quando ele veio para o Athletico, eu pertencia ao Juventus ainda. O titular do Athletico era o Marolla e ele precisava de outro goleiro para fazer uma sombra. Fiquei aqui até o fim de 1989”, recorda.
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O mesmo Athletico, mas outra realidade
Segundo Carlão, a situação que o clube vivia na época não tem comparação com o que encontrou neste retorno, 34 anos depois.
“Era totalmente diferente. Hoje a gente vem aqui e pensa que está em algum país da Europa. Muitos clubes de lá não tem esta estrutura aqui. Na minha época não tinha nada disso. A gente usava o Pinheirão para treinar e jogar. Aqui na Baixada era só mato. São recordações que quando eu chego e vejo isso, é motivo de satisfação, por ver que no Brasil existem pessoas sérias que conseguem fazer tudo isso. O athleticano deve se sentir orgulhoso de tudo isso que foi construído”, afirma.
A aposta em Carlão como “sombra” de Marolla deu resultado. O trabalho nos treinos do dia a dia era intenso e deram ao titular a condição de ser uma das figuras de destaque daquela conquista e se consolidar como um grande ídolo da torcida rubro-negra.
“Foi uma grande campanha, com um time muito bom. O Marolla era um goleiro fantástico, que chegou à Seleção Brasileira. Mesmo sem uma estrutura como a de hoje, tivemos a felicidade de fazer um grande trabalho e sermos campeões, em uma grande decisão em três jogos com o Pinheiros. Foi fantástico e uma grande alegria”, diz.
Uma nova carreira
Carlão atuou como goleiro até o início dos anos 1990. E em 1993 foi chamado novamente por Nelsinho Baptista, agora para ser treinador de goleiros no Palmeiras. E foi no clube paulista, pouco depois, que sua trajetória se cruzou com a de Felipão.
“Foram 20 anos de Palmeiras e lá tive o meu primeiro contato pessoal com o Felipão, em 1997. A partir daí, até hoje, é uma história muito bonita de companheirismo, de amizade, de respeito… De derrotas, mas de muitas conquistas. Tivemos a oportunidade de disputar duas Copas do Mundo. Na primeira fomos campeões. Na segunda, infelizmente não tivemos a mesma sorte. Mas as experiências adquiridas tanto na vitória em 2002 quanto na derrota em 2014, fez com que a gente crescesse ainda mais”, ressalta.
Mais recentemente, Carlão assumiu uma nova função nas comissões técnicas de Scolari, passando a atuar como auxiliar técnico.
“Começou quando nós fomos para Chelsea, em 2008. O Felipão levou dois auxiliares: o Murtosa e eu. A partir daí, eu já vinha fazendo essa função. Depois fomos para o Uzbequistão, para a China, e eu exerci a função de preparador de goleiros. Quando voltamos para o Palmeiras, em 2018, eu assumi de vez a condição de auxiliar técnico. Muda, porque como treinador de goleiros você se restringe àquilo que envolve somente os atletas da posição. Como auxiliar técnico é uma imensidão muito grande, porque envolve todos os aspectos de toda equipe. Isso foi bom para mim e tivemos momentos bons, com a conquista do Brasileirão pelo Palmeiras. Agora espero que a gente possa dar sequência nessas conquistas trabalhando pelo Athletico”, diz.
Retorno ao Furacão
Agora, Carlão espera escrever um novo capítulo de sua história no Rubro-Negro. E com conquistas ainda maiores que aquela de três décadas atrás.
“Voltar hoje aqui é motivo de satisfação, de orgulho, de alegria. Espero que a gente possa realizar um bom trabalho e fazer com que o Furacão volte a conquistar títulos. Pela estrutura que tem, é preciso pensar alto, nos principais títulos do Brasil. E por que não, sair do Brasil para buscar isso. A estrutura nós temos e é só dar tempo ao tempo para que a gente possa realizar um bom trabalho, formar uma grande equipe, para dar essa alegria a toda a torcida”, afirma.
Mesmo com grandes planos para o futuro, Carlão não escondeu a alegria ao reencontrar o bonito e pesado troféu do Estadual de 1988.
“Espero que eu também seja campeão agora integrando a comissão técnica do Athletico. Que eu tenha força para levantar um troféu ainda mais pesado do que este”, conclui.
Fotos: Cahuê Miranda/athletico.com.br
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