O Athletico viveu um ano glorioso em 1936. A consagração como a melhor equipe de Curitiba na temporada veio com uma campanha invicta. Em 12 partidas, foram nove vitórias em três empates, com 25 gols marcados e sete sofridos.

Além de vencer o campeonato da cidade, a principal competição da época, o Rubro-Negro mostrou sua força também nos amistosos. Empatou em 1 a 1 com o Botafogo dos craques Aymoré, Russinho, Carvalho Leite e Patesko, da Seleção Brasileira. E venceu por três vezes a Seleção Paranaense.

A base do esquadrão athleticano era formada por: Caju; Zanetti e Osório; Korman, Bibe e Bortolotti; Raul, Zinder, Bento, Cecatto e Cecattinho.

Para consagrar definitivamente esse timaço, faltava apenas a conquista do Campeonato Estadual. Como era comum, a disputa acontecia no ano seguinte e colocava o campeão da capital frente a frente com o melhor entre os vencedores das ligas do interior.

A disputa começou com o Rio Branco se sagrando campeão do Litoral ao vencer o Matarazzo, de Antonina. Na sequência, o time de Paranaguá foi eliminado pelo Operário, campeão do Interior. O Furacão seria mais uma vez desafiado pelo time de Ponta Grossa.

O regulamento previa uma disputa no sistema melhor de três, com a primeira partida no Interior. E o Rubro-Negro entrou no campo de Vila Oficinas no dia 11 de abril de 1937.

Jogando em casa, o Fantasma conseguiu, na base da raça, equilibrar as forças com o Athletico. Jogo de muita pegada, truncado, em que o Rubro-Negro só conseguiu se impor na etapa final. Primeiro, Cecattinho acertou o travessão. Na sequência, o artilheiro Bento foi parado por uma grande defesa do goleiro Costa.

E foi dos pés do craque Oswaldo Cecatto, o Cecattinho, que saiu o tento da vitória. Ele “recebeu o couro passado por Naná e desferiu violento ponta-pé, que Costa não ‘poude’ deter”, segundo o relato do “Diário da Tarde”.

O triunfo nos Campos Gerais colocava o Athletico em vantagem no confronto, que seria decidido em Curitiba. Mas no dia seguinte, o Operário anunciou que desistia da disputa. A justificativa foram as contusões do atacante Mosquito e do ala Raphael.

Sem adversário para o Furacão, restou à Federação Paranaense de Desportos oficializar o que todos já sabiam. O Athletico era o legítimo campeão paranaense de 1936.

Na história: Operário 0x1 Athletico Paranaense
Campeonato Estadual 1936
Data: 11/04/1937
Local: Campo de Vila Oficinas, em Ponta Grossa (PR)
Árbitro: Athayde Santos

Operário: Costa; Dario e Riva; Raphael, Quito e Manteiga; Aleixo (Jorge), Zé (Gogó), Mosquito, Cuque e Padre

Athletico Paranaense: Caju; Zanetti e Osório; Maranho, Bibe e Bortolotti; Naná, Raul (Seyler), Bento, Cecatto e Cecattinho
Gol: Cecattinho