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Da Ucrânia para o Furacão! Goleiro Maksym defende o Athletico em final no Sub-17

Foto: José Tramontin/athletico.com.br

A escalação do time Sub-17 do Athletico, que conquistou a classificação para a final da Copa do Brasil, começa com um nome incomum. Quem defende o arco rubro-negro é Maksym, um jovem goleiro que veio da Ucrânia e conquistou seu espaço no Furacão.

A decisão do torneio nacional será contra o Palmeiras, às 19h30 deste domingo (18), em Barueri (SP). E Maksym pode ser fundamental para que o Athletico conquiste pela primeira vez uma das principais competições de base do futebol brasileiro.

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Começo como zagueiro

Maksym Voronov nasceu no dia 9 de junho de 2006, em Lugansk, cidade que está atualmente na linha de frente da guerra que assola a Ucrânia. Por lá, ele deu seus primeiros passos no futebol, jogando como zagueiro.

“Eu assisti a um jogo com meu pai, gostei muito e ele começou a me levar a uma escola de futebol. Durante oito anos eu joguei como zagueiro. Eu comecei no Zorya, em Lugansk, e aos 10 anos fui jogar em Kharkiv, no Metalist. Quando fiz 15 anos, meu empresário me disse que eu tinha potencial para ser um bom goleiro. Ele me deu um par de luvas, chutou umas bolas para eu defender e me disse que eu era um goleiro muito bom. Desde então, eu sou goleiro”, conta o goleiro athleticano.

A vinda para o Furacão

No início de 2022, o conflito militar com a Rússia colocou uma pausa na carreira de todos os futebolistas ucranianos. Para Maksym, a interrupção felizmente não durou muito tempo.

“Quando começou a guerra, em 2022, o futebol parou na Ucrânia. Meu empresário ligou para mim e disse que havia chance de vir para o Athletico Paranaense, o clube com melhor estrutura no Brasil. Eu aceitei. Eu não falava português, só um pouquinho de inglês. Tive que aprender rápido. Ainda não é fluente, mas está bom”, avalia, com bastante modéstia.

As referências eram ótimas, mas conhecer o Athletico de perto surpreendeu Maksym.

“Quando vi esta estrutura, foi um choque. Nunca havia visto nada parecido com o que existe aqui. O elenco profissional está junto com os jovens, o que é muito bom. Quando eu cheguei, o Marlos ainda estava aqui e ele fala russo, me ajudou muito. É muito legal jogar no Brasil. Meu treinador de goleiros me ajuda muito no português”, revela.

Foto: Gustavo Oliveira/athletico.com.br

Carreira longe da Ucrânia

A família de Maksym continua vivendo na Ucrânia. Atualmente na capital, mais longe do centro da guerra. Mas não sem sentir os efeitos do conflito.

“Meus parentes estão em Kyiv. Não está tão perigoso como em outras cidades, como Nova Kakhovka, que foi toda inundada pela destruição de uma represa. Mas está longe de ser tranquilo. Toda noite soa o alerta para as pessoas irem ao abrigo. A guerra começou em 2014 na região do Donbass. E em 2022 em toda Ucrânia. Ninguém sabe até quando irá durar”, lamenta.

O futuro na profissão, Maksym projeta no Brasil, vestindo a camisa 1 do Furacão.

“Estou muito feliz em estar aqui. Quero ir para a Ucrânia só nas férias, para visitar minha família. Agora estou no Athletico e quero chegar ao time profissional aqui. Só isso”, diz.

Hora de decisão

Segundo Maksym, a aplicação e a força de vontade da equipe são as principais explicações para a grande campanha do Athletico na Copa do Brasil.

“A gente treina muito todos os dias. Acorda muito cedo, está na academia às 7h já. Acho que ninguém mais faz isso como nós. Treinamos para c… Dois treinos de manhã, à tarde vídeo, depois escola. Por isso a gente está na final”, afirma.

Para o goleiro do Furacão, o time tem que repetir na final o que vem fazendo ao longo da competição.

“O Palmeiras é um time muito bom. Mas a mentalidade do nosso time é muito forte. Ganhamos de 3 a 0 do Sport lá, com torcida deles. A gente se preparou bem, treinou muito bem esta semana. Vamos ver o que vai acontecer no domingo”, diz.

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