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De volta pra casa! Evandro retorna ao Athletico como treinador da equipe Sub-12
Um velho conhecido está de volta ao CAT Caju. Revelado nas Categorias de Formação do Athletico, o ex-meia Evandro Goebel, que vestiu a camisa rubro-negra entre 2005 e 2007, retornou ao clube. Agora, como treinador da categoria Sub-12 do Furacão.
O novo ciclo inicia no mesmo local onde a história de Evandro no futebol começou. E em um trabalho com os garotos que têm a mesma idade que ele tinha em 1999, quando chegou ao clube pela primeira vez.
Para os meninos que estão na iniciação esportiva, Evandro tem a oportunidade de transmitir os ensinamentos aprendidos ao longo de uma carreira que teve passagens por grandes clubes brasileiros e nove temporadas no futebol europeu.
Evandro fez parte da equipe que chegou ao vice-campeonato da CONMEBOL Libertadores, em 2005. Esteve também no Goiás, Palmeiras, Atlético Mineiro e Vitória, antes de seguir para a Europa. Por lá, defendeu o Estrela Vermelha (Sérvia), Estoril (Portugal), Porto (Portugal) e Hull City (Inglaterra). E na volta ao Brasil, vestiu ainda as camisas de Santos e Chapecoense, onde encerrou sua trajetória como atleta, em 2020.
Depois da aposentadoria, Evandro passou a focar em seu desenvolvimento profissional, com a licença B da UEFA.
Em entrevista ao Site Oficial do Athletico, ele falou sobre os tempos de jogador rubro-negro, o período no Velho Continente e os desafios na nova carreira.
Site Oficial: Como tem sido este retorno ao clube, agora como treinador da equipe Sub-12?
Evandro Goebel: Não poderia ter um início melhor. Eu sinto como um privilégio gigantesco ser presenteado com essa oportunidade. Com os meninos da idade que eu comecei. O que eles estão passando eu também passei aqui dentro. E também posso conversar com eles sobre a minha experiência na Europa.
Lembro muito do meu início aqui (como jogador). Foi onde tive toda a minha criação e onde consegui realizar o meu sonho de ser um jogador profissional. Eu tinha 12 anos. Agora, quando surgiu essa vaga para treinador do Sub-12… Poxa, treinar os meninos com a idade que eu tinha quando cheguei, no clube onde eu realizei meu sonho, onde eu cresci, foi o início perfeito para esse novo desafio da minha vida.
Site: Como foi a sua transição do campo para a área técnica?
Evandro: Durante a pandemia, meu contrato com o Santos acabou e a única proposta foi jogar a Série B na Chapecoense. E lá eu decidi parar de jogar futebol. Assim que acabou o campeonato, fui curtir o momento e aproveitar a família. E depois de um ano comecei a fazer cursos. Antes de eu ir para Londres, para tirar a licença B da UEFA, comecei a mandar o meu currículo. E mandei para o Leonardo Coelho, que é o coordenador da formação. Ele falou que meu perfil interessava e para que eu viesse conversar quando voltasse. Fiquei 12 dias lá e, quando voltei, conversei com ele. Depois de dois meses ele me chamou para ser treinador do Sub-12.
Site: Relembrando a sua carreira como jogador. Você estreou no profissional e logo no primeiro ano se destacou.
Evandro: Eu comecei no profissional em 2005. Se eu for dizer quais foram as temporadas que eu tive melhor desempenho em toda minha carreira, esta está em primeiro ou em segundo lugar. Em termos de qualidade individual e o nível de competições, porque chegamos na final da Libertadores. Foi motivo de muito orgulho. Para mim, aquele campeonato foi o auge. E depois fui o segundo melhor meia do Brasileirão 2005 na Bola de Prata, atrás do Petkovic.
Site: Qual aprendizado você tira de seu período no clube?
Evandro: Saí do Athletico no começo de 2008. O Ney Franco era o técnico e teve um episódio que até hoje me ajuda muito. Porque ele me disse que não tinha a intenção de me usar naquele ano. E foi muito bom, porque às vezes você está treinando e não sabe se vai ser utilizado. E daí eu fui para o Goiás, fiz um Campeonato Goiano sensacional e fui vendido. O Athletico ganhou dinheiro, eu fui para outro clube, estava sendo utilizado. Isso me ajuda muito nessa nova etapa, porque isso não quer dizer que o cara não é bom. Assim como eu estou tentando passar para os meninos. Tem que falar a verdade para o jogador.
Site: Você também construiu uma carreira na Europa…
Evandro: Depois do Goiás, estive no Palmeiras, no Atlético-MG e no Vitória. E daí fui para a Sérvia. Nessa minha ida para o Estrela Vermelha, eu mudei totalmente meu comportamento. Tive um amadurecimento muito grande. Foi uma virada de chave na minha carreira. Foram três anos na Sérvia e depois fui para o Estoril, em Portugal, onde estavam chegando muitos brasileiros. E conseguimos chegar à Liga Europa.
Site: Na Europa, você disputou grandes jogos, incluindo a Champions. Como foi essa experiência?
Evandro: Foi no Porto onde eu realizei o sonho de disputar a Champions League, disputei uma quartas de final contra o Bayern do Guardiola. Para mim é motivo de muito orgulho. Vencemos o primeiro jogo por 3 a 1. E na volta, em Munique, estávamos sonhando com a semifinal, mas perdemos de 6 a 1. Nos dois jogos eu comecei no banco e entrei no segundo tempo. E quando fomos para o intervalo, esperei o Guardiola passar, porque queria estar próximo dele. Um dos motivos porque iniciei essa carreira de treinador é ser apaixonado pelo estilo de jogo do Guardiola. Então fiquei observando o comportamento dele. Foi algo que ficou gravado.
Site: Como foi jogar a Premier League?
Evandro: Fui jogar a Premier League com 30 anos (Hull City). Foi uma oportunidade de ouro. Eu sou apaixonado pelo Campeonato Inglês. Como o campeonato é feito, a organização. É muito competitivo, os melhores jogadores e técnicos estão lá, todos os jogos com estádio cheio, campo bom. É um espetáculo.
Site: O que você projeta no curto prazo para a sua carreira?
Evandro: Tenho estudado muito a gestão de pessoas, tentando evoluir na liderança. O principal desafio é lidar com pessoas, ouvir esses meninos e dar uma boa base para eles.
Fotos: Cahuê Miranda/athletico.com.br
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