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Especial: Bruno Guimarães completa dois anos de Furacão e sonha em fazer mais história no Clube

Créditos: Miguel Locatelli/Site Oficial

Ele chegou ao Clube ainda desconhecido. No dia 11 de maio de 2017, o volante Bruno Guimarães foi anunciado como reforço do Athletico Paranaense. O jovem de apenas 19 anos, com passagem pelo time profissional do Audax (SP), buscava no CAT do Caju a afirmação no futebol brasileiro.

“Esta é uma oportunidade única. Sei que estou chegando a um grande Clube. Na minha opinião, com a melhor estrutura do Brasil. Vou fazer o máximo para honrar essa camisa”, disse o volante, na primeira entrevista como jogador do Furacão.

Nos primeiros meses no Rubro-Negro, o volante passou por uma grande adaptação e fez apenas cinco jogos na equipe principal. Mas viu tudo mudar em 2018. Bruno Guimarães integrou o time de Aspirantes no Campeonato Paranaense e foi peça fundamental no título, marcando inclusive um dos gols na final.

Depois disso, as coisas evoluíram de forma muita rápida na carreira de Guimarães. O jogador virou peça fundamental da equipe principal e foi o atleta que mais partidas disputou na temporada, entrando em campo 58 vezes, inclusive nas finais da Conmebol Sul-Americana.

Mas a mudança de patamar não acomoda o volante. “Eu deixei bem claro que quero ganhar títulos e ser ídolo aqui. E para isso, tenho que trabalhar muito. Então, cada vez que eu estiver em campo, eu me dedico ao máximo para seguir com esse carinho e esse respeito da torcida e a lealdade que tenho ao Athletico. Queremos estar ‘nas cabeças’ em todos os campeonatos e teremos coisas boas nesse ano”, apontou.

Bruno Guimarães se prepara com a equipe para mais um duelo do Campeonato Brasileiro. Antes da partida contra o Bahia, o Site Oficial traz uma entrevista especial com o volante. Ele falou sobre a curiosa história da camisa 39, o momento especial que vive no Clube e a dedicação para seguir evoluindo no Rubro-Negro.

Site Oficial: Há exatos dois anos, você vestia pela primeira vez a camisa rubro-negra. Imaginava essa ascensão tão rápida aqui dentro?
Bruno Guimarães: Quando eu cheguei, já fiquei espantado com o tamanho do Clube, o tamanho do CAT e o tanto de gente que trabalha aqui. São tantas pessoas para nos ajudar no dia a dia. Então, não esperava que fosse tudo tão rápido assim, mas acabou acontecendo. Foi tudo dando certo naturalmente e cheguei até aqui.

Site: Com apenas 19 anos, o que passou na tua cabeça quando recebeu a proposta do Athletico Paranaense?
Bruno: Eu fiquei muito feliz, muito entusiasmado. Levou ainda um período até que se concretizasse tudo. E eu só pensava em chegar. Fiquei contente e não pensei duas vezes. Aceitei na hora.

Site: Você chegou no dia 11 de maio de 2017 e demorou mais de um mês para fazer a tua estreia. O que você lembra daquele jogo contra o Atlético Goianiense, em Goiânia?
Bruno: Eu lembro que entrei ‘quebrando a bola’, mal demais. Estava um tempo sem jogar e um pouco nervoso. Senti um pouco o peso da camisa na estreia. Mas depois fui me acostumando e melhorando gradativamente.

Site: Você nunca tinha usado a camisa número 39. Como foi a escolha por ela aqui no Clube?
Bruno: Meu pai sempre foi taxista e o número do carro dele era 39. Ele falou que era para eu pedir a camisa 39, porque sempre deu sorte pra ele e ia dar sorte para mim também. Com esse número, ele construiu tudo que tínhamos e tinha essa superstição. E quando eu cheguei, nem deu tempo de eu pedir. A camisa 39 já estava no meu armário, sem ninguém saber disso. Na hora que vi que a rouparia tinha separado a número 39 de treino para mim, já vi que as coisas estavam conspirando a favor. Foi um bom sinal e vou levar esse número por um bom tempo. Não tinha como dar errado.

Site: Em 2017, você fez apenas cinco jogos pelo Athletico. Dá para falar que foi um período de adaptação?
Bruno: Foi um período total de adaptação. Eu cheguei aqui e tive que melhorar muita coisa que o Clube preza. Mobilidade, ganhar massa magra. Então, foi um período mais difícil, porque todo jogador quer estar em campo. Mas o Clube me preparou e deu a oportunidade para que eu pudesse estar em uma condição ainda melhor.

Site: Como você encarou a chance na equipe de Aspirantes, durante o Campeonato Paranaense de 2018?
Bruno: Eu fiquei muito feliz e encarei como minha última oportunidade aqui no Clube. Depois do Estadual, acabava o meu contrato e sabia que seria uma ótima chance. Entrava a cada jogo como se fosse o último. Pude desempenhar um bom futebol e dar sequência na temporada.

Site: Foi esse sentimento que passou na tua cabeça naquele choro, após o gol contra o Rio Branco, o teu primeiro aqui no Clube
Bruno: Eu estava querendo fazer um gol pelo Athletico e me cobrava isso diariamente. Então, quando fiz o gol, passou uma série de coisas na cabeça. O período sem jogar e as coisas que não aconteciam da maneira que eu queria. Foi meu primeiro gol como profissional e vou levar isso para o resto da minha vida.

Site: Durante o Paranaense de 2018, a equipe e você foram crescendo durante a competição. Marcar o gol na final te deu a certeza de que você estava no caminho certo?
Bruno: Foi bem isso. Era uma final, um clássico e precisávamos reverter o resultado. O estádio estava cheio e esse gol saiu em um momento especial. Será um gol que não vai sair da minha cabeça. A gente tinha perdido alguns gols no início e parecia que naquele dia a gente ia chutar, chutar, chutar e a bola não ia entrar. Depois daquele gol, tínhamos a certeza que seríamos campeões.

Site: Você teve essa campanha no Paranaense e depois se tornou uma espécie de 12º jogador da equipe, terminando a temporada como titular. Qual a importância do Tiago Nunes nesse período e na tua evolução?
Bruno: A gente criou um laço muito forte, de jogador/treinador, e de amizade mesmo. Nós dois fomos evoluindo dentro do Clube e isso nos fortaleceu. Em campo, sempre tento dar meu máximo e ele gosta muito disso. É algo que alavancou nossa caminhada. Um ajudando o outro.

Site: Na temporada passada, você fez 58 jogos. Ninguém entrou em campo mais do que você pelo Athletico. Dá para repetir em 2019?
Bruno: Dá para repetir sim. Eu sou um cara muito ‘fominha’. Quero sempre jogar. Em algumas vezes, o Tiago Nunes ia poupar o time e eu pedi para jogar. Ficava perturbando ele. Mas foi uma marca muito bacana e quero repetir isso em 2019.

Site: O título da Conmebol Sul-Americana foi importante para todo o Clube. O que representou para você essa conquista?
Bruno: Foi o ápice da minha carreira. Foi o momento que me fez viver aquele meu sonho de ser jogador profissional. Não tinha um espaço vazio na arquibancada. Lembrar da torcida naquele dia me deixa arrepiado até hoje. Foi algo surreal. Olhava e pensava que não podíamos desapontá-los. Foi um sentimento único. Quando acabou o jogo, não conseguia parar de chorar. Queria comemorar e não conseguia.

Site: De todas as partidas disputadas pelo Athletico, tem como fazer um top 3 com os jogos mais importantes?
Bruno: Tive tantos jogos bons aqui e é difícil escolher. Mas como terceiro, eu colocaria aquele jogo contra o Fluminense, no Maracanã. Eu sou de lá, estava com a minha família e amigos no estádio. Fiz um gol e carimbou a nossa ida para a final da Sul-Americana. A decisão contra o Coritiba também foi marcante para mim. Teve gol e título. E o primeiro não tem como não ser a decisão da Sul-Americana. Foi uma atmosfera única e que nunca irei esquecer.

Site: Depois de tudo isso, você começou 2019 bem diferente, sendo peça fundamental da equipe. Como foi essa mudança de patamar?
Bruno: Com o passar dos jogos, eu fui evoluindo e aprendo muita coisa. O Clube também me deu uma demonstração de carinho e lealdade pelo meu trabalho. Renovamos o contrato e a responsabilidade aumentou também. Os campeonatos também estão cada vez mais difíceis e os nossos objetivos sempre aumentando. Então, eu me dedico a cada jogo, para poder honrar toda essa confiança.

Site: E quais são os próximos objetivos do Bruno Guimarães com a camisa rubro-negra?
Bruno: Eu deixei bem claro que quero ganhar títulos e ser ídolo aqui. E para isso, tenho que trabalhar muito. Então, cada vez que eu estiver em campo, eu me dedico ao máximo para seguir com esse carinho e esse respeito da torcida e a lealdade que tenho ao Athletico. Queremos estar ‘nas cabeças’ em todos os campeonatos e teremos coisas boas nesse ano.

Site: Na primeira entrevista ao Site Oficial, você falou a seguinte frase: “Vou fazer o máximo para honrar essa camisa”. Depois de dois anos, considera a promessa cumprida?
Bruno: Eu acho que sim. Toda vez que entrei em campo, nunca faltou vontade. Sempre joguei com muita raça e amor à camisa. Entro sempre em campo como se fosse uma final. E acho que venho fazendo bem o que prometi.

Site: Você é um dos mais jovens do elenco e tem ao seu lado o Lucho González, com 38 anos de idade e 25 títulos. Que tipo de ajuda ele te dá nos jogos e também no dia a dia?
Bruno: O Lucho é um pai para mim. Um amigo fora de campo. No meu início aqui, ele sempre falava para eu jogar tranquilo, fazer o que eu treinava. Ele sempre falou que eu tinha um potencial grande e me deixa confiante em campo. É um cara que todo mundo respeita e poder jogar ao lado dele fica até mais fácil.

Site: Apesar de você não ser revelado nas Categorias de Formação do Athletico, acabou se dando muito bem com a piazada daqui. É algo importante para você?
Bruno: Eu ganhei vários irmãos aqui, como o Renan Lodi, o Léo Pereira, o José Ivaldo e o Rossetto. Nós nos damos muito bem e somos muito amigos. Estamos sempre um do lado do outro e é legal ter amigos no seu ambiente de trabalho. São os caras que estarão sempre comigo. Jogamos o Estadual juntos. Eu me sinto um piá do Caju.

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