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Esquadrão invencível! Conquista invicta de 1936 completa 85 anos

Foi o auge de uma campanha perfeita. No dia 4 de outubro de 1936, a vitória sobre o Coritiba por 1 a 0, na antiga Baixada, coroou o título invicto do Athletico. Era o predomínio completo do Furacão sobre todos os adversários da cidade.

Antes da partida, o troféu já estava assegurado. Após a vitória de 3 a 0 sobre o Ferroviário, no dia 23 de agosto, o Rubro-Negro assistiu de camarote à vitória do Savóia sobre o time da Vila Capanema no domingo seguinte e foi campeão sem entrar em campo.

A torcida festejou em um amistoso contra o Botafogo, no dia 20 de setembro, que terminou empatado em 1 a 1. Uma boa jornada contra uma equipe cheia de feras com presença constante na Seleção, como Aymoré, Carvalho Leite, Russinho e Patesko.

Mas era no clássico que a conquista ganharia um sabor ainda mais especial. No primeiro turno, o duelo no campo do rival havia terminado empatado em 1 a 1. Agora, a invencibilidade rubro-negra era a grande motivação das duas equipes.

Mas a pretensão do rival de tirar do Athletico o status de invicto esbarrou na inexpugnável defesa vermelha e preta. Caju mostrou porque já era chamado de a Majestade do Arco. E dupla de “backs” formada por Zanetti e Ozório foi mais uma vez imbatível.

E o gol da vitória veio no segundo tempo. Quem descreve é o seu próprio autor, o atacante Naná, em depoimento ao jornal “O Estado”:

“Vi a oportunidade para chutar. Estava livre, se bem que distanciado. Então, arrematei com o peito do pé, procurando o alto do gol. Mas, não pensei em atingir o alvo, porquanto o ‘keeper’ adversário estava bem colocado. Parece que ele foi o culpado, tendo se adiantado. Aí tem vocês como consegui o gol”.

Deixando de lado a humildade do artilheiro, o fato é que foi um golaço. Um chute de longa distância que pegou o goleiro Ary adiantado e entrou na gaveta!

Era dia de festa na Baixada. Ao final do jogo, a torcida invadiu o campo para carregar nos ombros os heróis de uma conquista imaculada.

Caju, Zanetti e Ozório, os responsáveis pela impenetrável defesa. Kormann, Bibe e Bortoloti, os motores do meio de campo. Os incansáveis Raul e Zinder Lins. O goleador Bento. Os irmãos e craques Cecatto e Cecattinho. E o herói do clássico, Naná.

Ainda faltavam duas rodadas para o fim do campeonato. E a campanha invicta foi confirmada com mais dois triunfos, sobre Britânia e Junak. Os números finais dando a medida da superioridade do Furacão.

Em 12 jogos, foram dez vitórias e dois empates, com 25 gols marcados e sete sofridos. Um total de 21 pontos somados. Sete pontos de vantagem sobre o Ferroviário (em uma época em que a vitória valia dois pontos).

O Athletico ainda confirmaria a condição de melhor time do Estado no começo do ano seguinte, na disputa contra o Operário, o campeão do Interior. Era incontestável!

Na história: Athletico Paranaense 1×0 Coritiba
Campeonato Paranaense 1936: 19ª rodada
Data: 04/10/1936
Horário: 16h10
Local: Estádio Joaquim Américo
Árbitro: Radamés Schiavon

Athletico Paranaense: Caju; Zanetti e Ozório; Kormann, Bibe e Bortoloti; Raul, Zinder (Naná), Bento, Cecatto e Cecattinho
Gol: Naná

Coritiba: Ary; Borges e Sady; Nide, Ivo e Lival; João, Carnieri, Gabardinho, Pizatinho e Carneirinho

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