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Explosão no Pinheirão! Título estadual de 1988 completa 33 anos
O dia 30 de julho de 1988 é inesquecível para os athleticanos que estavam no Pinheirão naquela tarde de sábado. Há 33 anos, um grande time rubro-negro chegava à consagração e dava a volta olímpica com o troféu do nosso 15º título estadual!
O triunfo colocou na história uma equipe que não sai da memória de quem viu jogar. Os ídolos Marolla e Carlinhos, as revelações Odemilson e Adílson, os raçudos Fião, Cacau e Wilson Prudêncio. O habilidoso Serginho. E o predestinado Manguinha.
Comandados pelo técnico Nelsinho Baptista, eles levaram o Athletico a uma boa campanha e ao troféu conquistado com muita raça. Foi o último título com a camisa com listras horizontais, que daria lugar às verticais no Brasileirão daquele ano.
Altos e baixos
A conquista do Torneio Início foi o prenúncio de que uma grande jornada poderia estar começando. E a largada no Estadual foi com duas vitórias, sobre o Grêmio Maringá, no Pinheirão, e contra a sempre combativa Platinense, fora de casa.
Mas vieram as derrotas para Cascavel e Pato Branco, e Nelsinho decidiu mudar a equipe para o clássico contra o Coritiba. O lateral-direito Odemilson assumiu de vez a titularidade, o time reagiu e derrotou o rival por 2 a 0, com gols de Roberto Cavalo e Carlinhos.
A vitória deixou a torcida ainda mais confiante. Mas uma nova sequência ruim fez a diretoria comandada pelo presidente Valmor Zimermann buscar reforços. O torcedor viu com ânimo renovado as chegadas do ponta-esquerda Serginho, do centroavante Dicão e principalmente o retorno do consagrado craque Assis.
Assis não estava no melhor de sua forma, mas acabaria sendo decisivo. O Athletico encerrou a primeira fase na primeira posição e chegou à semifinal contra o Colorado. Depois de um empate em 0 a 0 na Vila Capanema, Assis marcou o gol da vitória por 1 a 0 na segunda partida, colocando o Athletico na decisão.
Duelo em três atos
O Pinheiros era o adversário e a primeira partida foi disputada na Vila Olímpica. O bom time adversário, que buscava o bicampeonato, saiu na frente e dominava o jogo. Daí entrou em campo a torcida rubro-negra, que se agigantou nas arquibancadas e empurrou o time para o empate, com um gol do ponta-esquerda Vilson.
Uma vitória no segundo jogo decidiria o campeonato. E ela esteve muito perto quando, aos 43′ do segundo tempo, Manguinha foi derrubado na área. Carlinhos cobrou, o goleiro Toinho defendeu e o craque rubro-negro desabou no gramado em lágrimas. Seria necessária uma terceira partida para definir o campeão.
O jogo do título
Um mar em vermelho e preto tomou conta do Pinheirão naquela tarde de sábado. Depois de dois empates, aquele tinha que ser o momento da glória para o melhor time do campeonato. Todos os athleticanos confiavam na vitória consagradora.
Empurrado pela torcida, o Athletico lutou pelo gol desde o apito inicial. A imagem do zagueiro Adilson (ele mesmo, o atual técnico Adilson Batista), jogando o nariz quebrado e ensanguentado desde os 10′ do primeiro tempo, foi o símbolo da raça athleticana.
E no ataque rubro-negro, todos os lances contavam com a participação de um incansável Manguinha. Ainda na etapa inicial, ele quase marcou de cabeça, mas Toinho espalmou. E também na boa área, foi a vez de Marolla fazer um milagre na cabeçada de Dadinho.
Mas a comemoração só viria no segundo tempo. Aos 22′, Serginho dominou na ponta esquerda, deixou Dirceu Pato caído com um drible e cruzou rasteiro. Odemilson apareceu de surpresa, puxando a marcação, e deixou a bola passar. E quem chegou foi Manguinha.
Atropelando tudo o que tinha pela frente, o centroavante bateu de primeira. Bola na rede! Explosão rubro-negra no Pinheirão! Gol do título do Furacão!
Depois, foi só festa nas arquibancadas e o Athletico controlando o jogo no gramado. Até o apito final. A invasão do campo não atrapalhou a volta olímpica com o belo e incrivelmente pesado troféu. E a comemoração só terminou de madrugada, já em frente à Baixada.
Na história: Athletico Paranaense 1×0 Pinheiros
Campeonato Paranaense 1988: Final – Jogo 3
Data: 30/07/1988
Local: Estádio Pinheirão, em Curitiba (PR)
Público pagante: 21.310
Público total: 23.382
Árbitro: Tito Rodrigues
Assistentes: José Carlos Meger e Francisco Carlos Vieira
Athletico Paranaense: Marolla; Odemilson, Fião, Adílson e Luiz Carlos; Cacau, Wilson Prudêncio e Oliveira (Dicão); Carlinhos, Manguinha e Serginho
Técnico: Nelsinho Baptista
Gol: Manguinha, aos 22′ do segundo tempo
Cartões amarelos: Carlinhos, Wilson Prudêncio e Fião
Pinheiros: Toinho; Dirceu Pato, Newmar, De Rossi (Pacheco) e Dionísio; Roberson, Adalberto (Sílvio) e Marinho; Geraldo Touro, Dadinho e Valbert
Técnico: Cláudio Duarte
Cartões amarelos: Toinho e Valbert
A campanha
1º turno
Athletico 1×0 Maringá
Platinense 0x1 Athletico
Athletico 1×2 Cascavel
Pato Branco 2×0 Athletico
Athletico 2×0 Coritiba
Athletico 3×1 Matsubara
Pinheiros 1×0 Athletico
Iguaçu 1×0 Athletico
Athletico 2×1 Colorado
Londrina 0x0 Athletico
Apucarana 2×0 Athletico
2º turno
Maringá 2×2 Athletico
Athletico 0x0 Platinense
Cascavel 0x0 Athletico
Athletico 1×0 Pato Branco
Coritiba 1×1 Athletico
Matsubara 0x1 Athletico
Athletico 0x0 Pinheiros
Athletico 2×1 Iguaçu
Colorado 1×0 Athletico
Athletico 1×0 Londrina
Athletico 0x0 Apucarana
Semifinal
Colorado 0x0 Athletico
Athletico 1×0 Colorado
Final
Pinheiros 1×1 Athletico
Athletico 0x0 Pinheiros
Athletico 1×0 Pinheiros
O elenco campeão
Goleiros
– Marolla
– Carlos
Laterais-direitos
– Odemilson
– Éder Taíno
Zagueiros
– Fião
– Alceu
– Adílson
Laterais-esquerdos
– Miranda
– Édson
– Luiz Carlos
Volantes
– Cacau
– Wilson Prudêncio
– Junior
Meias
– Roberto Cavalo
– Henrique
– Assis
– Oliveira
Atacantes
– Carlinhos
– Serginho
– Manguinha
– Dicão
– Nílson
– Vilson
– Juninho
– Kramer
Fotos: Sergio Sade
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