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Pela #GlóriaEterna: Nervos de aço e vitória nos pênaltis no Paraguai

Foto: Orlando Kissner

Ao longo das oito participações do Athletico na CONMEBOL Libertadores, o confronto contra o Cerro Porteño, pelas oitavas de final, em 2005, é um momento emblemático. A classificação conquistada nos pênaltis, no Paraguai, marcou o ponto de virada para um time que escreveu seu capítulo na história e levou o Furacão à final pela primeira vez.

Mudança na comissão técnica, troca de esquema tático, afirmação de um artilheiro, uma nova mentalidade… Naquele duelo, se formatou o Rubro-Negro que se tornaria finalista das Américas.

Para relembrar o jogo que colocou o Athletico nas quartas de final, conversamos com o goleiro Diego, um dos heróis daquela noite. É mais uma entrevista da série sobre os grandes jogos da trajetória do Furacão no maior campeonato do continente.

A batalha do Paraguai

Após uma primeira fase conturbada, o Athletico precisava de uma sacudida para o início do mata-mata. O técnico Borba Filho assumiu interinamente antes do primeiro jogo contra o Cerro e comandou o time na vitória por 2 a 1, no Caldeirão, com gols de Lima e Cléo.

Dois dias antes da partida de volta, foi anunciada a contratação de Antônio Lopes. Mas Borba ainda dirigia o Furacão na beira do campo no Paraguai.

O clima era todo favorável ao time da casa, com a torcida local usando todas as ferramentas para tentar desestabilizar os jogadores rubro-negros. Mas dentro de campo, a equipe athleticana se superou para garantir a classificação.

O Cerro abriu o placar logo aos 6′ da primeira etapa, com Julio dos Santos. Mas logo depois, aos 9′, em um lançamento do meio de campo, o goleiro e a zaga da equipe paraguaia se atrapalharam, Lima aproveitou e marcou o gol de empate!

No final da primeira etapa, aos 38′, o adversário voltou a ficar em vantagem, com um gol do artilheiro Santiago Salcedo. E o resto da partida foi de pressão total do Cerro Porteño.

“Aconteceu ali uma história incrível. Um grande jogo que nós fizemos e conseguimos aguentar uma pressão muito grande. Fomos para aquela memorável decisão por pênaltis e nós tivemos ali uma eficiência muito grande. Fizemos os cinco gols e eu tive a felicidade de defender a última, do artilheiro daquela competição. Quando o Evandro partiu para última cobrança, eu não queria nem ver. Só me ajoelhei, levantei os braços para o céu e comecei a olhar para onde estava a nossa torcida. Só torcendo para eles saltarem comemorando, porque era o sinal que a nossa vaga estava garantida”, conta Diego.

O Athletico estava nas quartas de final. O adversário seria o Santos, em uma reedição da disputa vista no Brasileirão do ano anterior.

Dezessete anos depois, Diego trabalha como treinador de goleiros em Portugal. Mas mesmo longe de Curitiba, continua acompanhando o Furacão. E, é claro, estará na torcida neste retorno do time à grande final continental.

“Eu me sinto finalista por ser torcedor do Athletico. Por estar do lado de vocês agora. E como eu torço! Os jogos aqui em Portugal passam muito tarde. Eu fico acordado e vibro, comemoro e me sinto muito honrado por ter vestido essa camisa e ter feito parte de jogos memoráveis. Mas agora tem tudo para esses atletas, esta equipe técnica, para todos os que trabalham no Athletico, para o seu torcedor, definitivamente, entrarem para a história”, diz. 

Foto: Orlando Kissner

Na história: Cerro Porteño x Athletico Paranaense 
CONMEBOL Libertadores 2005: Oitavas de final – Jogo de volta
Data: 26/05/2005 (quarta-feira)
Horário: 21h30
Local: Estádio General Pablo Rojas (La Olla), em Assunção (Paraguai)
Árbitro: Oscar Ruiz (Colômbia)
Assistentes: Dember Perdomo (Colômbia) e Eduardo Botero (Colômbia)

Cerro Porteño: Aceval; Baez, Sarabia, Espínola e Martínez; Fretes (Inca), Grana, Domingo Salcedo e Julio dos Santos; Santiago Salcedo e Ramirez
Técnico: Gustavo Costas
Gols: Julio dos Santos, aos 6′, e Santiago Salcedo, aos 38′ do segundo tempo
Cartões amarelos: Espínola, Grana e Ramirez

Athletico Paranaense: Diego; Jancarlos, Baloy, Marcão (Durval) e Marín; Alan Bahia, Cocito, Rodrigo (Evandro) e Fabrício; Cléo e Lima (Aloísio)
Técnico: Borba Filho
Gol: Lima, aos 9′ do primeiro tempo
Cartões amarelos: Marin e Lima

O Athletico na CONMEBOL Libertadores de 2005

A disputa começou com um susto e uma classificação sofrida em um grupo que também tinha o paraguaio Libertad e os colombianos Independiente Medellín e América de Cali.

Após passar pelo Cerro Porteño nas oitavas de final, o Furacão enfrentou o Santos nas quartas. No primeiro duelo, em um jogaço no Caldeirão, o Rubro-Negro venceu por 3 a 2, com gols de Evandro, Marcão e Lima. E na volta, na Vila Belmiro, o Furacão voltou a soprar: 2 a 0, com dois gols de Aloísio.

A semifinal foi contra os mexicanos do Chivas Guadalajara. Na primeira partida, 3 a 0 na Arena, com gols de Aloísio, Fernandinho e Fabrício. A volta foi no estádio Jalisco e a classificação veio com um empate em 2 a 2, com Lima marcando duas vezes.

Pela primeira vez, o título da Libertadores foi decidido em um duelo entre dois clubes brasileiros. O adversário foi o São Paulo. Mas o momento histórico foi manchado por uma manobra de bastidores, que impediu o Furacão de jogar em seu estádio a primeira partida. No Beira-Rio, em Porto Alegre, o time rubro-negro ficou no empate em 1 a 1. E no jogo final, no Morumbi lotado, o Athletico acabou superado pelo rival.

Primeira fase
15/02/2005 – Independiente Medellín 2×2 Athletico
01/03/2005 – Athletico 1×0 Libertad
10/03/2005 – América de Cali 3×1 Athletico
14/04/2005 – Athletico 2×1 América de Cali
20/04/2005 – Libertad 1×2 Athletico
10/05/2005 – Athletico 0x4 Independiente Medellín

Oitavas de final
19/05/2005 – Athletico 2×1 Cerro Porteño
26/05/2005 – Cerro Porteño 2×1 Athletico
*Classificação nos pênaltis

Quartas de final
01/06/2005 – Athletico 3×2 Santos
15/06/2005 – Santos 0x2 Athletico

Semifinal
23/06/2005 – Athletico 3×0 Chivas Guadalajara
30/06/2005 – Chivas Guadalajara 2×2 Athletico

Final
06/07/2005 – Athletico 1×1 São Paulo
14/07/2005 – São Paulo 4×0 Athletico

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