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Preparadores explicam o processo de formação de goleiros no Furacão
O trabalho integrado das Categorias de Formação do Atlético Paranaense já é destaque. Campanhas de expressão em competições estaduais e nacionais, como recentemente a do Campeonato Brasileiro Sub-20, com uma equipe mais jovem, evidenciam o processo.
Começando com a primeira peça de uma equipe, o goleiro, existe um trabalho conjunto da Formação do Rubro-Negro. Ele envolve mais do que uma simples troca entre profissionais. Há também um conceito desenvolvido e projetado para a carreira do atleta em toda sua trajetória dentro do Clube, desde a chegada até a promoção aos profissionais.
“O planejamento começa em cima do que o Clube acredita como modelo de jogo, da postura do atleta goleiro nas fases do jogo”, destaca Marcelo Grimaldi, treinador dos goleiros da categoria Sub-19.
Grimaldi está no Clube desde 2015, quando iniciou o trabalho na categoria Sub-17. Antes disso, passou por todas as Categorias de Formação do Grêmio. “Trabalhamos com dois pontos: com o viés específico do goleiro em situações defensivas e físicas, e o viés comportamental e situacional de jogo em cima do modelo de jogo do Clube”, revela.
Outro profissional que conhece este processo muito bem é Marcelo Kriwouruska, que está há cinco anos no Clube. Ele chegou ao Furacão como estagiário, em 2012, oriundo da Escola Furacão. Em 2014, assumiu a preparação dos goleiros da categoria Sub-15. Há um mês, comanda os atletas do Sub-17.
Segundo ele, o processo começa antes mesmo dos atletas chegarem ao Furacão. “Precisamos que, através da captação, cheguem bons atletas, atletas com potencial. Identificando esse potencial, começamos um trabalho gradativo, onde respeitamos, obviamente, a idade e o processo de maturação de cada atleta”, afirma Marcelo.
O ponto mais destacado do processo é a integração. Todos os treinadores de goleiros, do Sub-15 ao profissional, conhecem as especificidades de cada atleta dentro do Clube. Os treinamentos com a equipe principal do Atlético Paranaense também são recorrentes para os atletas da Formação.
“Não existe isso na maioria dos outros clubes e o Atlético Paranaense sai na frente nisso também. Os goleiros da Formação podem treinar com o grupo profissional, goleiros de categorias inferiores treinar nas categorias de cima. Isso favorece a troca de experiências entre os jogadores, além da formação deles”, conta Marco Antonio Kichileski, treinador da categoria Sub-15.
Com duas passagens pelo Rubro-Negro, a primeira em 2007 e a segunda desde 2012, Marco Antonio ressalta a aproximação entre os profissionais. “Outro ponto positivo é que os treinadores de goleiros também têm uma união, uma comunicação muito grande, usando mesma linguagem e uma aproximação muito forte”, ressalta.
Atualmente, dos cinco goleiros que fazem parte da equipe principal do Furacão, três são revelados pelo Clube. “Esperamos que em algum momento seja 100%. O Atlético Paranaense tem por tradição a formação de goleiros, como o Neto [goleiro do Valência-ESP] e o Guilherme [goleiro do Lokomotiv Moscou e da Seleção da Rússia]. Temos muito potencial, goleiros com capacidade para subir e dar muitos frutos ao Atlético”, destaca Grimaldi.