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Recorde de público e jogaço! Triunfo sobre o Santos em 1968 completa 55 anos

Foto: Acervo histórico Athletico Paranaense

Uma partida lendária da história rubro-negra está completando 55 anos nesta sexta-feira (8). No dia 8 de setembro de 1968, o Athletico Paranaense derrotou o Santos por 3 a 2 e fez história dentro e fora do gramado, com mais de 24 mil pessoas superlotando a Vila Capanema.

A partida foi válida pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o embrião do Campeonato Brasileiro. Naquela competição, o Furacão enfrentava pela primeira vez, em uma disputa direta, as principais equipes do futebol brasileiro.

O recorde de público do estádio, que era o maior de Curitiba na época, permanece imbatível até hoje. E é uma das marcas absolutas da torcida do Furacão nos campos da cidade, além das registradas na Ligga Arena, no Couto Pereira e no Pinheirão.

No total, 24.303 pessoas estiveram nas arquibancadas da Vila naquele domingo memorável. Uma multidão até então inédita em jogos de futebol realizados no Paraná, que ajudou o Rubro-Negro a conquistar um triunfo épico.

Público histórico
O público pagante naquela partida foi de 19.838 pessoas, que resultou em uma renda 99.810,00 cruzeiros novos. O equivalente a R$ 1.284.166,00 em valores atuais. Ainda foi registrada a presença de 4.465 menores, resultando no público total de 24.303 pessoas.

Para que a Vila Capanema recebesse tanta gente, foram montadas arquibancadas “desmontáveis” de madeira, no setor atualmente ocupado pela curva norte. Além disso, as bancadas de madeiras que ficavam nas sociais foram retiradas, abrindo ainda mais espaço.

Dois timaços em campo
Em 1968, o Santos tinha uma das melhores equipes do mundo. Carlos Alberto, Ramos Delgado, Clodoaldo, Pepe, Toninho Guerreiro… Foram vários os craques que estiveram no gramado da Vila naquela tarde. E também pelo lado rubro-negro!

O Athletico, em um momento de reconstrução, contava com o timaço cheio de estrelas montado pelo presidente Jofre Cabral. Tinha Djalma Santos, Bellini, Zé Roberto, Nair, Nilson Borges… E para a disputa do Robertão, o esquadrão ficou ainda mais forte.

Representante do Estado na competição, o Furacão recebeu o empréstimo de jogadores de outros times da cidade. O Coritiba cedeu o goleiro Célio e o lateral Nilo. O Ferroviário, o zagueiro Vilmar e o atacante Madureira. E o Água Verde, o lateral Zé Carlos.

Onde estava Pelé?
A presença do Rei do Futebol era o grande destaque nas semanas que antecederam a partida. Mas Pelé não veio para Curitiba. Segundo o técnico do Santos, Zito, ele estava “com uma gripe, ou uma sinusite”. Mas o real motivo provavelmente foi outro.

O time paulista vinha da disputa de um torneio na Argentina, onde enfrentou Boca Juniors, River Plate, Benfica, Nacional e dois times do EUA: Atlanta Chiefs e Oakland Clippers.

A entrevista de Pelé no retorno ao Brasil dá a dica do real motivo da ausência: “Desejo uma decisão sobre se devo ou não ir a Curitiba. Caso não viaje, aproveitarei o fim de semana para viajar com a Rose, coisa que não faço há muito tempo”, disse.

Mas mesmo sem Pelé, o time do Santos ainda era um esquadrão, apontado por todos como grande favorito para a partida contra o Furacão.

Jogaço memorável
No início, parecia que o Santos confirmaria o favoritismo. Aos 15′, Toninho Guerreiro colocou o time alvinegro na frente. Mas o gol parece ter dado mais forças aos rubro-negros. Aos 33′, veio o empate. Zé Roberto aproveitou cruzamento na área e tocou de cabeça.

Depois do intervalo, o Athletico voltou arrasador. Foram quatro minutos de pressão até que Paulista lançou para Madureira, que passou por dois santistas e tocou para Nilson Borges. O ponta driblou Carlos Alberto, passou por Ramos Delgado e bateu forte. A bola sobrou para Gildo, que mandou para a rede. Era a virada!

E aos 17′, saiu o gol que merecia uma placa na Vila. Madureira recebeu na ponta-esquerda e partiu para cima da defesa. Tocou entre as pernas de Carlos Alberto, deixou Ramos Delgado caído com uma finta, driblou o goleiro Cláudio e mandou uma bomba de pé direito. Rildo ainda saltou na bola, tentando tirar com as mãos, mas ela entrou na gaveta.

Só aos 43′, em um lançamento de Clodoaldo para Edu, que o Santos conseguiu marcar o seu gol de despedida.

Na história:
Athletico Paranaense 3×2 Santos
Torneio Roberto Gomes Pedrosa 1968: Segunda rodada
Data: 08/09/1968 [domingo]
Horário: 15h30
Local: Estádio Durival Britto e Silva, em Curitiba (PR)

Público total: 24.303
Público pagante: 19.838
Renda: NCr$ 99.810,00

Árbitro: Arnaldo César Coelho (SP)
Assistentes: Waldemar Nader (PR) e Kalil Karam Filho (PR)

Athletico Paranaense:
Célio; Djalma Santos, Bellini (Vilmar), Charrão e Nilo; Paulista e Nair; Gildo, Madureira, Zé Roberto e Nilson Borges.
Técnico: Nestor Alves
Gols: Zé Roberto, aos 33’ do primeiro tempo; Gildo, aos 4’, e Madureira, aos 17’ do segundo tempo

Santos:
Cláudio; Carlos Alberto, Ramos Delgado, Joel e Rildo; Negreiros e Clodoaldo; Edu, Toninho Guerreiro, Douglas (Marçal) e Pepe (Abel).
Técnico: Zito
Gols: Toninho Guerreiro, aos 15’ do primeiro tempo; Edu, aos 43’ do segundo tempo

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