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Título estadual de 1943 completa 75 anos! Confira todos os detalhes da conquista
Uma das conquistas mais emocionantes da história do Athletico Paranaense completa 75 anos nesta quarta-feira (16)! No dia 16 de janeiro de 1944, o Rubro-Negro derrotou o Coritiba por 3 a 2 e levantou o troféu de Campeão Paranaense de 1943. Um triunfo tão marcante que ganhou até uma paródia do hino athleticano.
O Furacão montou um timaço para aquela temporada, unindo o talento dos jogadores formados em casa com reforços de impacto, inclusive craques internacionais. O título veio com uma campanha avassaladora, com apenas uma derrota em 14 jogos. Na final, duas vitórias por 3 a 2, de virada, nos clássicos. A comemoração foi inesquecível e durou toda a semana.
Confira os detalhes desse título cheio de histórias!
A revolução
No início de 1943, assumiu a presidência do Athletico o capitão Manoel Aranha. Era irmão de Osvaldo Aranha, braço-direito do presidente Getúlio Vargas e ministro das Relações Exteriores. No comando do Clube, Maneco Aranha virou o futebol paranaense de pernas para o ar, apostando na profissionalização. Contratou craques, promoveu uma reforma administrativa e colheu os resultados. Além do título que completa 75 anos hoje (16), conquistou também o estadual de 1945 e inúmeros troféus nas Categorias de Formação e nos esportes amadores.
O timaço
O Athletico já tinha o goleiro Caju e o lateral-esquerdo Joanino, da Seleção Brasileira, além do zagueiro Zanetti e do atacante Cireno. O zagueiro Urias e o volante Nillo, futuro capitão do Furacão de 1949, foram promovidos dos Aspirantes. O volante Joaquim veio do Guarani, de Ponta Grossa. O atacante Lilo e o zagueiro Pizzatto, que estavam no Juventus, voltaram para casa. E de São Paulo vieram o ponta-direira Batista, do Palmeiras, e o meia-direita Lupércio, do Santos. A torcida já estava eufórica, mas os reforços de maior impacto ainda estavam por vir.
Os paraguaios
Maneco Aranha tinha seus contatos no Paraguai e trouxe de lá dois craques do Cerro Porteño, tricampeão nacional, e da Seleção Paraguaia: o meia-esquerda Ruben Aveiros, que já havia defendido o Boca Juniors e o Racing, da Argentina, e o ponta-esquerda Gorgonio Ibarrola. Ambos chegavam no auge da carreira, aos 26 e 25 anos, respectivamente. E junto ainda veio o técnico Eduardo Carbô, também com história no futebol argentino e na seleção do Paraguai. Assombrada e eufórica, a torcida tinha a certeza que um esquadrão havia sido formado.
A campanha
Em campo, o timaço rubro-negro não decepcionou. Carbô aumentou a intensidade dos treinamentos e implantou mais uma novidade: a concentração antes dos jogos mais importantes. Desde o início, deu resultado. O time começou o campeonato com tudo, goleando Juventus, Britânia, Comercial… Teve apenas uma derrota no primeiro turno: 2 a 1 para o Brasil. No segundo, a zebra não se repetiu, o Furacão permaneceu invicto e se classificou para a decisão extra, em uma “melhor de três” contra o Coritiba.
O primeiro duelo
O primeiro jogo foi na casa do rival. Logo no início, Lilo recebeu passe de Ibarrola e fuzilou para abrir o placar. O Coritiba empatou ainda no primeiro tempo e virou no início do segundo. Empolgado, o rival partiu para cima, mas parou no paredão chamado Caju.
Aos 17’, Ibarrola chutou forte e pegou o rebote do goleiro para empatar novamente. E, aos 32’, Aveiros lançou Ibarrola, que marcou mais um: 3 a 2!
Aos 38’, o juiz marcou pênalti para o Coritiba. Altevir foi para a cobrança, mas Caju fez mais uma brilhante defesa, garantindo a vitória!
A grande final
Mesmo debaixo de chuva, a Baixada estava completamente lotada. Um empate bastava para o Furacão conquistar o troféu. Mas a torcida presente viria mais um jogo antológico!
Lilo abriu o placar para o Rubro-Negro no primeiro tempo. Logo no início do segundo, o Coritiba empatou e chegou à virada pouco depois. Para deixar tudo ainda mais difícil, Batista se machucou e ficou em campo apenas para fazer número.
Aos 36’, Ibarrola cruzou, Lilo deixou passar e Batista, mancando, apareceu livre e não perdoou: 2 a 2!
O resultado já servia, mas o Athletico continuou pressionando. Aos 41′, Ibarrola lançou para Lilo, que acertou um incrível voleio, de virada. Era o gol da vitória e do título estadual de 1943!
A festa do campeão
A euforia que tomou conta do Joaquim Américo não terminaria naquele dia. Um título daqueles tinha que ser dignamente comemorado e o Athletico não deixou por menos.
A “Semana da Vitória” teve festa todos os dias na sede social da Rua XV de Novembro e terminou de forma apoteótica. Na sexta-feira, o “Show da Vitória” superlotou o Cassino Ahú. No sábado, banquete de 300 talheres na Sociedade Thalia. E no domingo, uma grande churrascada sob os pinheiros do bosque do Estádio Joaquim Américo.
O multicampeão
As glórias rubro-negras de 1943 não se resumiram ao título de Campeão Paranaense com os profissionais. Naquela temporada, o Furacão também levantou os canecos dos campeonatos estaduais de Aspirantes e de Amadores. E para completar, também faturou os títulos paranaenses de atletismo e de basquete.
O hino rubro-negro
Na grande festa no Cassino Ahú, uma cartolina foi colocada em cima das mesas, apresentando pela primeira vez como hino oficial os versos escritos por Zinder Lins, em 1930. E também uma paródia da já conhecida canção, exaltando o feito dos campeões de 1943:
Athletico, Athletico
Conhecemos teu valor
E a camisa rubro-negra
Só se veste por amor
Por duas vezes de 3 a 2
Nosso onze abateu vocês
Coritiba, reconheça
Os campeões de quarenta e três
O grande arqueiro athleticano
Nem o pênalti vence
E tem porte soberano
De campeão paranaense!
O nosso onze é resoluto
Lutou com raça e padrão
E é o campeão absoluto
Desta Quinta Região
Como a vida é transitória
A onça escolheu morada
Abandonou o “Alto da Glória”
E foi morar lá na Baixada
Vibra hoje a nossa gente
Com a grandiosa façanha
Do incansável presidente
Capitão Maneco Aranha
Na história: Athletico Paranaense 3×2 Coritiba
Campeonato Paranaense 1943: Final – Segundo jogo
Data: 16/01/1944
Local: Estádio Joaquim Américo
Árbitro: José Rodrigues Rocha
Athletico Paranaense: Caju; Zanetti e Urias; Pizatto, Nilo e Joanino; Batista, Lupércio, Lilo, Aveiros e Ibarrolla.
Técnico: Antônio Carbô
Gols: Lilo, aos 35’ do primeiro tempo; Batista, aos 36’, e Lilo, aos 41’ do segundo tempo.
Coritiba: Sandro; Augusto e Breyer; Tonico, Arion e Janguinho; Babi, Merlin, Neno, Rubinho e Altevir.
Gols: Rubinho, aos 7’, e Babi, aos 23’ do segundo tempo.
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