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Adeus, Água Verde!
O filme “Adeus, Lenin” retrata a história de uma comunista ferrenha que enfarta e entra em coma ao ver o filho em protesto contra o regime. Quando ela acorda um ano depois, o Muro de Berlim foi derrubado, mas seu filho luta para fingir que nada mudou, temendo que o choque lhe seja fatal.
O ano é 1995. Mais precisamente, domingo de Páscoa. Um atleticano hipotético, por algum motivo, também entra em estado de coma, mas só acorda 24 anos depois. Quando abre os olhos, ele pergunta para a primeira pessoa que vê o que aconteceu com o seu Athletico. Ouve dela maravilhas, como o título brasileiro, o vice da Liberadores, a conquista da Copa Sul-americana. De cara, não acredita que o seu clube, antes de bairro, o Atlético do Água Verde, ganhou o Brasil. A América. E, num futuro próximo, o mundo. Mas há provas irrefutáveis de que o Athletico mudou.
O fato é que já passou do momento de o torcedor atleticano assumir a sua grandeza. Não faz mais sentido algum achar que estruturalmente estamos atrás de clubes do Rio de Janeiro e de São Paulo. Atualmente, é possível dizer que não devemos nada a maioria deles. E alguns dos que ainda estão na nossa frente devem agradecer à diferença incomensurável das cotas de TV. É seguro afirmar que o hoje o Club Athletico Paranaense está entre os 12 maiores clubes da América do Sul.
Por isso, caro atleticano, não incorpore mais o “complexo de vira-lata” alcunhado pelo grande mestre Nelson Rodrigues. Pelo contrário: tenha em mente que Curitiba é uma das melhores capitais do Brasil para se viver e o quinto maior centro financeiro do país. Pode acreditar que isso já tem um peso importante na hora de o jogador ou um treinador decidir se vem ou não vestir o nosso manto.
Mas chegar nesse patamar não foi fácil. A luta foi árdua. Foi preciso ouvir humilhações e galhofas dos outros times da capital durante alguns anos até lograrmos êxito.
Nenhum clube fica imune à decadência pensando exclusivamente no sucesso dentro da aldeia. Um exemplo é o simpaticíssimo América Mineiro, deca campeão Estadual. O feito tão raro, infelizmente, não gerou retorno de grandeza alguma para o clube.
Enquanto o nosso “rival” se refestelava ganhando títulos estaduais inexpressivos nacionalmente, o Atlético se preparava estruturalmente para abraçar a América do Sul. O resultado chegou em 2018.
Torcedor, jamais se sinta culpado por ignorar aqueles que outrora foram rivais. Mas é preciso assumir que foi um erro fomentar uma rivalidade que já vinha se mostrando falida. Faltou, sim, ver que os nossos “inimigos” eram outros. A final de 2005 da Libertadores mostrou isso com absoluta clareza.
Chega de pensar dentro da casinha. O Athletico já vinha demostrando há pelo menos dez anos que o objetivo era conquistar o que estava lá fora. E com a estrutura que temos hoje, o céu é o limite.
Mas agora isso acabou. O Atlético está anos luz financeira e estruturalmente a frente deles. A fatura foi paga. Agora é usufruir das benesses.
Por conta principalmente da má administração, os outrora rivais, infelizmente, se apequenaram. E o que lhes resta hoje é exaltar os raros feitos do passado. Nós, aqui na Baixada, chamamos de glórias, pois os feitos sempre estarão no presente.
Tiago Dupim é jornalista, curitibano, torcedor do Club Athletico Paranaense e agradece todos os dias (pasmem) por ter presenciado o fatídico ATLEtiba do domingo de Páscoa de 1995 que mudaria a história do clube para sempre.
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ADRIANE PAULO
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5 anos
MARCOS MATTOS
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VALDIR MIGUEL DE SOUZA
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VALDIR MIGUEL DE SOUZA
5 anos
VALDIR MIGUEL DE SOUZA
5 anos
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